MUSEU AFRO BRASIL comemora seis anos

09/10/2010

MUSEU AFRO BRASIL comemora seis anos e lança os catálogos “Francisco de Paula Brito – 200 anos do Primeiro Editor Brasileiro”; “O Haiti Está Vivo Ainda Lá” e “Os Mágicos Olhos das Américas”

A festa também homenageia “São Cosme e Damião” com roda de samba, bolo e comida típica baiana. Shows Grátis com Roberto Mendes e Samba Chula de São Braz

São Paulo – Dias 23 e 24 de outubro, a partir das 12 horas, o Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura e a Secretaria de Estado da Cultura oferecem uma programação especial em comemoração aos seis anos de fundação do museu. O evento “Caruru de Cosme e Damião – Festa de Seis Anos do Museu Afro Brasil” – inclui lançamentos de três catálogos: “Francisco de Paula Brito – 200 Anos do Primeiro Editor Brasileiro” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo); “O Haiti está vivo ainda lá. Bandeiras, Recortes e Garrafas consagradas ao Vodu” (MinC) e “Os Mágicos Olhos das Américas”  (MinC). Haverá Roda de Samba com o grupo “Samba Chula de São Braz” (de Santo Amaro da Purificação/Recôncavo Baiano) e do cantor Roberto Mendes. O tema do evento é uma homenagem aos santos populares “São Cosme e Damião”, comemorado em 27 de setembro. Haverá o tradicional bolo com acarajé e caruru, comidas típicas da culinária afro-brasileira. O caruru é um prato servido nas festas em homenagem a Cosme e Damião.

O Samba Chula de São Braz é o grupo de samba de roda de uma pequena vila de pescadores, marisqueiras e trabalhadores rurais que pertençam ao município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. Os cantadores de chula João do Boi e seu irmão Alumínio, marcam o estilo, que tem um repertório variado de canções que falam do samba, da viola e de mulher bonita, usando uma chave irônica e sensual, mas também retratam o dia a dia da população, o trabalho e a memória da escravidão, às vezes com conotação de sofrimento. As chulas também destacam piadas e conselhos irônicos em pequenas parábolas, que ironizam o tragicômico da vida.

Roberto Mendes cantor, compositor e pesquisador de Santo Amaro da Purificação, é um importante defensor da tradição chula baiana. Autor do livro “No Recôncavo, a Chula é uma Combustão Espontânea”, são dele e parceiros muitas canções gravadas por Maria Bethânia e regravadas por nomes como Chico Buarque e Caetano Veloso.  

O Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, vinculado à Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como na difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais.

Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi inaugurado em 23 de outubro de 2004 e possui um acervo de mais de cinco mil obras. Parte das obras, cerca de duas mil, foram doadas pelo artista plástico e curador, Emanoel Araujo, idealizador e atual Diretor Curador do Museu. A biblioteca do museu, cujo nome homenageia a escritora, “Carolina Maria de Jesus”, possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque em uma coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. A presença negra africana nas artes, na vida cotidiana, na religiosidade, nas instituições sociais são temas presentes na biblioteca.

O museu mantém um sistema de visitação gratuita para todas as exposições e atividades que oferece; um Núcleo de Educação com profissionais que recebem grupos pré-agendados, instituições diversas, além de escolas públicas e particulares. Através do Núcleo de Educação também mantém o programa “Singular Plural: Educação Inclusiva e Acessibilidade”, atendendo exclusivamente pessoas com necessidades especiais e promovendo a interação deste público com as atividades oferecidas.

 

Serviço:

Caruru de Cosme e Damião – Festa de Seis Anos do Museu Afro Brasil

Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera – Portão 10

Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul

Entrada: Grátis

Informações: (11) 5579-0593

Dia 23/10  – Sábado

12h – Caruru de S. Cosme e Damião

14h – Apresentação artística:  Samba Chula de São Braz

17h – Bolo de Aniversário

18h – Apresentação artística: Roberto Mendes

 

Dia 24/10 – Domingo

12h – Acarajé

15h – Apresentação artística: Samba Chula de São Braz

 

Confira as exposições em cartaz no Museu Afro Brasil

 

·                     Mostra de Arte Contemporânea com Almir Mavignier, Delmar Mavignier e Gerárd Quenum – O Museu Afro Brasil apresenta a partir do dia 23 de setembro, uma mostra paralela à 29ª Bienal de São Paulo, com três importantes nomes da arte contemporânea. A exposição da obra gráfica do artista brasileiro, residente na Alemanha, Almir Mavignier, um dos fundadores do movimento da arte concreta. Por muito tempo ausente dos espaços artísticos do Brasil, Almir Mavigner nos seus 84 anos tem merecidamente o reconhecimento Internacional pela sua grande produção artística e pelos extraordinários cartazes publicados na Europa. Discípulo de Max Bill e professor da escola ULM enriquecem seu extraordinário currículo. Seu filho Delmar Mavignier já consolidado como artista gráfico na Alemanha onde também reside, serão as próximas exposições que o Museu Afro Brasil dedica seus grandes espaços para que o público de São Paulo e os que vierem aqui para a 29a Bienal possam ter uma visão do extraordinário talento de dois grandes artistas, pai e filho. Gérard Quenum é um dos principais artistas francófonos e representa uma nova geração da arte contemporânea do Benin que desde o inicio dos anos 90 venceu os limites de África, ganhando a atenção de colecionadores do Ocidente. É uma arte de criação excêntrica onde destaca o singular estilo escultural com objetos reciclados e o uso de bonecas descartadas trabalhadas com misturas de objetos e materiais diversos, que se tornaram identificação da arte deste jovem artista, que nasceu em Porto Novo, capital oficial da República do Benin, em 1971. De 23 de setembro a 05 de dezembro.

·                     Guernica Esteve Aqui – Com curadoria de Emanoel Araujo, a mostra apresenta duas releituras da mais importante obra do século XX, o  painel Guernica, de Pablo Picasso,  a mais política de todas de suas obras, já que narra um episódio da guerra Civil Espanhola , quando os alemães bombardearam a pequena cidade de Guernica, 1937. No Museu Afro Brasil a homenagem está na visão contemporânea do artista plástico Fernando Ribeiro e na ampliação do cartaz da exposição da obra em Milão (1953). Desde sua fundação em 23 de outubro de 2004, o Museu Afro Brasil ocupa o imponente Pavilhão Manoel da Nóbrega, o antigo Palácio das Nações,  sede da  Segunda Bienal Internacional de São Paulo.  Um evento que teve a  iniciativa do industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, que criou este importante evento dedicado às artes plásticas internacionais, atraindo  para a capital paulista os olhos do mundo.  A Bienal trouxe para o Ibirapuera a obra de Pablo Picasso. Sim,  o Guernica esteve aqui, no Palácio das Nações, hoje em exposição no Museu Reina Sofia, em Madrid, depois de longos anos de exílio no Museu de Arte moderna de Nova York. Foi realmente um grande desafio a vinda para a América do Sul da mais importante obra do pintor espanhol. Até 31 de outubro

·                     A história do Parque – O IV Centenário – Nas comemorações dos 56 anos do Parque Ibirapuera esta mostra apresenta boa parte dos milhares de objetos produzidos para o IV Centenário de São Paulo, tendo em vista que o próprio Parque foi uma das obras para a dita comemoração. São publicações comemorativas das revistas “O Cruzeiro” e “Manchete”; álbuns de figurinha; coleções de lenços de seda estampados com imagens de São Paulo; miniaturas e coleções de objetos de porcelana com imagens da comemoração dos 400 anos da cidade. Objetos curiosos foram selecionados para mostra como a bandeja com a pintura de Oscar Pereira da Silva com cenas da Fundação de São Paulo; o projeto de Marcos Concílio, que dentro de uma mala antiga reproduziu o símbolo do IV Centenário (2004) e ainda um original do “Álbum do IV Centenário da Fundação de São Paulo”, um presente da Colônia Japonesa à cidade editado com ilustrações coloridas, fotos em preto e branco (capa de couro, 79 páginas, em português-japonês).

A mostra também homenageia dois personagens da historia de São Paulo, Francisco Matarazzo Sobrinho, Presidente da comissão do IV Centenário e grande idealizador da Bienal Internacional de São Paulo, e Diretor do Museu de Arte Moderna, na sua origem, e o arquiteto Oscar Niemeyer autor do extraordinário projeto arquitetônico. Até 31 de outubro.

A Arte Ancestral e Contemporânea do Benin – exposição em torno da produção artística e cultural do Benin que reforça a influência decisiva da nação africana sobre a formação histórica e civilizatória brasileira. Obras de artistas convidados participantes da mostra ‘O Benin está Vivo Ainda Lá” (2008), representantes de uma nova geração que optou pela arte contemporânea. E quando se pensa em arte contemporânea neste caso, se pensa também no sentido da ancestralidade. Entre os artistas estão Charles Codjo Placide Tossou (fotografia),Tchif (acrílica com pigmentos naturais), Aston (instalação), Ladis (giz sobre tela) e Dominique Antonin Zinkpè (pintura e escultura), entre outros. A exposição apresenta a África como um mosaico de etnias, culturas e línguas de imensa variedade. O Benin, com 110 mil quilômetros quadrados (menor que o estado do Acre), é habitado por 6,5 milhões de pessoas espalhados em 60 etnias e línguas. O país situa-se no Golfo de Benin, no oceano Atlântico. Até 21 de novembro

·                     Exposição “De Arthur Friedenriech a Edson Arantes do Nascimento. O Negro no Futebol Brasileiro” – Fotos, ilustrações, objetos e publicações de época retratam os grandes negros do futebol brasileiro. Leônidas, Garrincha, Pelé e Arthur Friedenreich, futebolista que brilhou entre as décadas de 20 e 30, quando o futebol era esporte amador estão entre os personagens importantes que figuram entre as caricaturas, imagens, entrevistas e reportagens da imprensa especializada que brilhavam nas páginas das revistas “O Cruzeiro”, “Manchete” e “Placar”. A exposição também homenageia o escritor e jornalista Mario Filho, autor do livro “O Negro no Futebol Brasileiro”. Mario Filho era irmão mais velho do cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues. Textos de Nelson Rodrigues sobre o tema também podem ser vistos na mostra. Arthur Friedenreich, filho de um comerciante alemão e de uma lavadeira negra brasileira, nasceu no bairro da Luz em São Paulo, em 18 de julho de 1892 e morreu, em 1969, aos 77 anos. Até 21 de novembro.

·                     Exposição “O Haiti está vivo ainda lá. Bandeiras, Recortes e Garrafas consagradas ao Vodu- A mostra apresenta cerca de 300 obras inéditas da arte religiosa haitiana, retratando parte da tradição de um povo que viu seu país quase destruído com o terremoto que assolou a ilha, no início de 2010. Cores e magias são marcas das bandeiras de cetim, em cores vibrantes, bordadas com miçangas e lantejoulas, sobre desenhos e símbolos do culto Vodou, que pertencem ao médico Jacques Bartoli, um dos principais colecionadores da arte haitiana; recortes em folhas de metal, recuperadas dos tambores de óleo; além das místicas garrafas estampadas artesanalmente com diversos materiais. Durante a permanência da exposição serão realizadas mesas de debates, oficinas e mostra de filmes sobre arte e religiosidade do Haiti. O artista haitiano, Yves Télémaque, 55 anos, considerado um dos maiores artistas vivos de bandeiras do Haiti esteve no mês de julho no Brasil para ensinar ao público um pouco de sua arte. Haverá oficinas exclusivas para artistas interessados. Até 05 de dezembro.

·                     Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição: Iconografias e Textos – A mostra revisita dois diferentes tempos, apresentando documentos históricos, fotografias de época, aquarelas, pinturas, publicações e esculturas de ícones negros abolicionistas. Primeiro, um tempo não definido, do começo da escravidão no Brasil e em outros países das Américas, mostrando as atrocidades desta instituição infame, através de narrativas de negros e sobre navios negreiros. São narrativas em célebres poesias como “O Navio Negreiro” de Castro Alves, que também inspirou Cassiano Ricardo e o poeta americano Langston Hughes e, também “O Escravo” de Joaquim Nabuco. Depois, os Tempos da Abolição, destacando grandes personagens da vida pública brasileira, envolvidos com o abolicionismo. O poeta Luiz Gama; o escritor, romancista e jornalista José do Patrocínio; Joaquim Nabuco; o engenheiro André Rebouças; o Antonio Bento, do Grupo Abolicionista “Os Caifazes” ; o poeta Castro Alves; o médico baiano, Luiz Anselmo da Fonseca, autor do livro “A Escravidão, o Clero e o Abolicionismo” (1887). Destaque para as mulheres nordestinas da Sociedade Abolicionista Feminina: Olegária Carneiro da Cunha, Maria Augusta Generoso Estrela e Carolina Ferraz. Até 21 de novembro

·                     Eu Tenho Um Sonho: De King a Obama – A Saga Negra do Norte – Fotos, textos, caricaturas, objetos de campanha e cartazes que retratam a luta pelos direitos civis do negro norte americano, a partir da trajetória de Martin Luther King até a eleição do presidente negro, Barack Obama. Conta com 100 imagens de fotógrafos da Associação Exposure Group (EG), fundada por fotógrafos afro-americanos e do fotógrafo pessoal de Obama, Pete Souza. Nove artistas plásticos , entre eles o americano George Preston foram convidados por Emanoel Araujo a produzirem obras especialmente para a exposição, retratando Obama, são eles: Antonio Helio Cabral, Antonio Peticov, Granato, Claudio Tozzi, Helena Sardenberg, Newton Mesquita, Futoshi Yoshizawa, Alex Hornest. Longa Duração

·                     São Paulo, Terra, Alma e Memória – a exposição apresenta três grandes panoramas fotográficos inéditos, com imagens de Theodor Preising e Valério Vieira; 24 postais de Guilherme Gaensly, publicações e homenagem a personalidades que marcaram época. As fotos retratam a São Paulo de 1912, com fotos de Theodor Preising,; de 1925, um panorama com seis fotos de parte da região central da cidade; e de 1930, um outro panorama da Coleção de Ruy de Souza e Silva. A mostra tem painéis que homenageiam a cantora Carmen Miranda, o abolicionista Luís Gama, o líder da Revolta da Chibata João Candido, o cartunista Ângelo Agostini e o compositor Adoniran Barbosa.         A mostra apresenta ainda A Memória Editada da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo uma homenagem à empresa gráfica defensora e propagadora da memória social, artística e cultural do Estado de São Paulo e do Brasil.  Longa duração

·                     Formas e Pulos – O Saci no Imaginário – Símbolo de mestiçagem e resistência desde os tempos da Colônia e do Império, quando os negros enfrentavam os capitães do mato com golpes ágeis de capoeira, o Saci congrega a cultura multirracial que forma o povo brasileiro e plasma sua identidade, resgatando as representações de um duende genuinamente nacional em esculturas, objetos, publicações, gravuras e cartazes de diversos artistas, em suportes e técnicas variadas. Curador: Vladimir Sacchetta. Longa duração

 

Ficha Técnica

Diretor curador: Emanoel Araujo

Diretor executivo: Luiz Henrique Marcon Neves

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº

Parque Ibirapuera- Portão 10

São Paulo- SP – Brasil

CEP: 040094-050

Fone: 55 11 5579 0593

www.museuafrobrasil.org.br

Funcionamento: de terça a domingo, das 10 às 17 horas (permanência até às 18h)

Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul

Entrada: Grátis

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