Mesa redonda sobre a Comunidade Quilombola de Pimentel – Pedro Leopoldo – MG

21/05/2010

Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel
O reconhecimento da Comunidade de Pimentel como uma Comunidade Quilombola,
Implica na inclusão da cidade de Pedro Leopoldo nas políticas públicas e
Recursos federais voltados para as cidades compostas por quilombos.
Sendo assim, um assunto do interesse de TODOS, principalmente
Do poder público municipal, seus representantes, promotoria,
Educadores e demais autoridades.
 
 
 
 
A Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel convida V.S.a,  para participar de uma mesa-redonda, para esclarecimentos, orientação e informação quanto ao processo de reconhecimento da comunidade Quilombola de Pimentel. O encontro contará com a presença das seguintes autoridades na questão quilombola:
 
Graça Sabóia
Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal e Coordenadora dos Assuntos da Comunidade Negra de Belo Horizonte (COMACON).
 
Maria do Carmo Ferreira da Silva
SEPPIR – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Coordenadora do Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial junto ao
gabinete do ministro Eloi Ferreira de Araújo.
 
Sandra Maria da Silva
 Presidente da N’golo – Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais.
 
Pablo Matos Camargo
 Representante do CEDEFES – Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva.
 
 
Luci Rodrigues Espeschit
 Superintendência Regional do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. SR 06 – MG
 
 
 
O Encontro acontecerá na Câmara Municipal de Pedro Leopoldo
Dia: 27 de maio de 2010, quinta-feira, às 19 horas.
 
 
Marcelo Eduardo Evaristo Ferreira
Presidente
 
 
Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel – Rua Principal – Povoado de Pimentel
 
Comunidade Quilombola de Pimentel
No final do século XIX, negros escravizados receberam as suas alforrias e foram “parcialmente” libertos do trabalho escravo, nos grandes latifúndios de todo o Brasil. Em Pedro Leopoldo, escravos das fazendas também “conquistaram” a liberdade e como forma de mantê-los próximos e na continuidade da exploração de seus trabalhos e conhecimentos, fazendeiros doaram-lhes terras localizadas na região centro-sul do município, batizada de Pimentel como referencia ao “povo bravo” como eram denominados na cidade.
A nova comunidade de ex-escravos constituída antes da existência do município de Pedro Leopoldo expandiu-se a passos largos. Com o crescente aumento das famílias, criaram novas estratégias para garantir a subsistência naquela localidade apesar do trabalho nas fazendas próximas.
Além do cultivo de alimentos e da criação de animais para o abate, existia também um armazém muito bem instalado na comunidade, atraindo não somente o comércio local, mas vendedores ambulantes que comercializavam outros gêneros alimentícios.
Eram diversos os momentos de lazer, havia ali um salão com alta movimentação e uma enorme independência cultural em que celebravam sua liberdade dançando seus vários ritmos e fazendo suas festas.
Por conseqüência do descaso das políticas públicas básicas e específicas, ocorreu a evasão local. A incessante busca por educação e uma colocação destes, no mercado de trabalho, culminou com a permanência de mais ou menos 50 pessoas distribuídas em poucas residências. Desta forma, os descendentes de Pimentel se espalharam pelos diferentes bairros da cidade, da grande BH e também de outros estados do país em busca de melhores condições de vida. Boa parte das pessoas negras que compõem a população da cidade hoje têm algum tipo de ascendência ramificada no Quilombo de Pimentel.
Características marcantes da maioria dos Quilombos é o difícil acesso, o isolamento e a exclusão das políticas públicas do município como forma de enfraquecê-los. Houve um esquecimento da Comunidade de Pimentel por parte do poder público.
Devemos ressaltar que mais importante do que demarcar a territorialidade é retomarmos a linha da veracidade histórica. Pedro Leopoldo não pode mais continuar omissa com a realidade de suas origens, negando traços fundamentais de mais de 100 anos de história do Quilombo de Pimentel notoriamente excluída da história oficial da cidade.
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