Comunidade Quilombola de Canudos

23/03/2010

 

Comunidade Quilombola de Canudos
 
Localização
 
A comunidade de Canudos localiza-se na zona rural do município de Jaíba, na Norte de Minas Gerais.
 
 
Infra-Estrutura
 
Na comunidade de Canudos as condições de saúde são precárias, devido à inexistência de água encanada e rede de esgoto. Na região dos Gurutubanos, as casas da comunidade são de pau-a-pique, propiciando a ocorrência de várias doenças, dentre elas a de chagas, que tem como vetor o barbeiro que se aloja dentro das estruturas das moradias.
Não há médico nem enfermeiro na comunidade.
Em Canudos existe uma única escola, que vai até a quarta série. Para que as crianças e adolescentes continuem seus estudos, precisam andar 30 km até a cidade.
Segundo Dona Alvelina Rodrigues de Oliveira, uma das Matriarcas da comunidade e o Sr. Nelson Rodrigues de Oliveira, liderança local, a denominação Canudos é proveniente de um cipó grosso semelhante ao Bambu denomina Canudeira que era encontrado próximo as margens do rio Gurutuba, sendo utilizado para confeccionar parte de um cachimbo muito utilizado pelos moradores da comunidade. uma das Matriarcas da comunidade e o Sr. Nelson Rodrigues de Oliveira, liderança local, a denominação Canudos é proveniente de um cipó grosso semelhante ao Bambu denomina Canudeira que era encontrado próximo as margens do rio Gurutuba, sendo utilizado para confeccionar parte de um cachimbo muito utilizado pelos moradores da comunidade.
       
Território:
 
A comunidades de Canudos, tal como muitas comunidades Gurutubanas vem sofrendo a perda de seu território histórico para posseiros e grandes fazendeiros. Atualmente a área ocupada pela comunidade alcança 276 ha. O território histórica atinge 340 ha, estando este dentro dos limites da Fazenda Peroba Grossa em suas porções norte e sul, leste e oeste. Sabe-se ainda, mediante as informações das lideranças locais, que parte do cemitério antigo de Canudos encontra-se na Fazenda Jataí, posteriormente a Fazenda Peroba.
 
Economia:
 
Uma das maiores reivindicações da comunidade relaciona-se a dificuldade do escoamento da produção de alimentos que fundamenta-se no plantio de feijão e sequencialmente no milho, mandioca, abóbora e melancia. Todos trabalham nas plantações, inclusive as crianças. Muito do que é produzido destina-se a subsistência familiar, somente o excedente é destinado ao comércio sendo a venda feita aos atravessadores pela associação local, que perdura a mais de 12 anos.
Como muitos não se auto-sustentam com o que produzem concomitantemente atuam a meia em terras próximas à comunidade. Com intuito de integrar as forças da comunidade, em prol da melhoria da qualidade de vida local, os Canudos contam a Associação comunitária. Esta foi criada inicialmente com a intenção de reivindicar os avanços em todas as etapas de produção. Mediante sua intervenção a comunidade negociou a compra de maquinários e tratores e realiza o beneficiamento da mandioca para a produção de farinha em uma “fabriqueta” comunitária. Segundo o relato de Nelson, lideranças locais, os Canudos cobram junto à prefeitura à construção de uma pequena barragem para que se possa manter a regularidade na produção de alimentos inclusive na época da seca. Atualmente na comunidade há dois poços artesianos.
 
 
Cultura
        
 Existe na comunidade a prática do Batuque e do Sapateado, expressões culturais típicas do norte de Minas Gerais. De acordo com dona Alvelina Rodrigues de Oliveira, as batucadas e ar de rezas eram freqüentes, as mulheres dançavam e cantavam muito; e após as danças eles comiam carne de porco, cabrito e bode assado, de sobremesa tinha doce de leite. Dona Alvelina relembra dos tempos de festa, como no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia e dia 29 de junho festa de são Pedro, também relembra do seu tempo de criança, onde brincava com bonecas de pano , de roda, mas também trabalhava na roça, e se lembra que com 6 anos de idade ralava mandioca para fazer farinha.
A presença de benzedeiras é comum, e em casa as mulheres sempre cultivam ervas que servem como remédio, são cultivados: erva doce, hortelã, erva cidreira que são feitos chás caseiros para cura de certas enfermidades
 
Fonte: Projeto Rondon e Projeto Quilombos Gerais / CEDEFES , 1° sem. 2005.
 
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