2º A JUVENTUDE OKUPA A CIDADE: QUAL SEGURANÇA QUEREMOS?

19/05/2011

O OKUPA é uma promoção do Observatório da Juventude da UFMG, em parceria com vários movimentos juvenis da cidade, com a proposta de criar um espaço de debates sobre a cidade e seus jovens, contribuindo para formar opiniões e construir, no diálogo entre diferentes, uma agenda comum de reivindicações que atendam aos justos anseios dos jovens por uma cidade mais democrática.
O primeiro OKUPA, realizado em abril, reuniu um conjunto de movimentos juvenis que, na sua diversidade possuem em comum reivindicações em torno da cidade. Os movimentos Praia da Estação, Nova Cena, Todos contra o Aumento, Brigadas Populares e Duelo de MCs apresentaram as suas demandas, em um rico debate no qual ficou claro que a cidade se explica pela possibilidade da diferença entre as pessoas. E os diferentes precisam se encontrar em espaços públicos para a construção de uma cultura comum, superando assim os preconceitos e estereótipos. Neste sentido a cidade possui uma dimensão educativa, devendo ser um lugar onde as pessoas se encontram para conviver, para aprender, para participar da vida social e política e assim exercer seus direitos como cidadãos. Daí a necessidade posta pelos movimentos da “re-fundação” de Belo Horizonte, garantindo o direito ao seu uso e ocupação, ampliando seus espaços de encontro, de lazer, com maior grau de liberdade e de solidariedade. O desafio está posto.
Para este segundo debate, o tema é a segurança pública a partir do eixo: Qual segurança queremos?
A idéia é discutir sobre a realidade da segurança pública em Belo Horizonte , e os desejos, as demandas e as necessidades de segurança na visão dos movimentos juvenis. Uma série de questões precisa ser debatida. Algumas delas de caráter mais geral: Porque os jovens e a população em geral tem medo, insegurança na sua relação com a cidade? Por que o medo de circular por uma região, medo de sair a noite, medo do outro, medo do mendigo, medo da sombra? É real ou é socialmente fabricada por aqueles que possuem uma concepção de uma cidade “higienizada”, limpa, vazia, sem gente ocupando suas ruas e praças?
Outras questões dizem respeito às dificuldades que os jovens vêm encontrando para OKUPAR a cidade: Porque os jovens não podem ocupar as praças livremente com shows ou mesmo para se encontrarem? Porque é tão difícil conseguir apoio oficial para promoção de eventos gratuitos nas ruas? Neste sentido, podemos nos perguntar por que tanta dificuldade é colocada para a realização semanal do Duelo MCs? É tão difícil assim garantir o mínimo de conforto, como os banheiros químicos, e segurança para este evento que reúne centenas de jovens toda semana? Seria porque na sua maioria são jovens e pobres? Ou mesmo o que pode explicar a presença da polícia fortemente armada para impedir o carnaval de rua em fevereiro deste ano?
Mas também é necessário discutir questões mais pungentes: Porque tantos jovens morrem em Belo Horizonte ? Porque será que a grande maioria destes são negros e pobres? Porque será que vem aumentando tanto o número de jovens encarcerados em Belo Horizonte ? Por que a juventude, principalmente os pobres, tende a ser criminalizada? É necessário também se perguntar pelas conseqüências para a ROTAM e seu modo de operar depois do triste acontecimento ocorrido no Aglomerado da Serra.
Estas, dentre outras várias questões, expressam concepções de segurança publica e de cidade que vem sendo implementadas pelo poder público estadual, municipal e sua policia e precisam ser  entendidas e analisadas criticamente. Será que é a única possível? Haveria uma concepção de segurança publica cidadã? E diante deste contexto, é necessário se perguntar: os jovens e seus movimentos compartilham com estas concepções? Se não, quais seriam as demandas e necessidades dos jovens em relação à segurança pública na cidade?
Venha debater e construir conosco uma agenda de segurança pública demandada pelos jovens da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
QUANDO: DIA 3 DE JUNHO, SEXTA FEIRA, DE 19:30 ÀS 22HS
ONDE: CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DA UFMG – Av. Afonso Pena 1534 (em frente ao Palácio das Artes)
COM QUEM: MONGE, DUELO MCs/FAMILIA DE RUA
                          FIDELIS ALCÂNTARA, BANHISTA DA PRAIA DA ESTAÇÃO
                          GRAZIELE SANTARELLI, FRENTE ANTI-PRISIONAL DAS BRIGADAS POPULARES
                          PROF. LUIZ ALBERTO GONÇALVES ( FAE-UFMG)
E DEPOIS DO DEBATE: CORTEJO ATÉ O DUELO MCs
Programa Observatório da Juventude da UFMG
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