03/08/2011
13 DE AGOSTO EM CAMPO GRANDE
Concentração: às 9h, esquina da rua Barão do Rio Branco com a rua 14 de Julho. Centro. Campo Grande/MS
Ato em defesa dos povos indígenas
Comunicação cpt/ms
Ficou marcado para o dia 13 de agosto o ato em defesa dos povos indígenas do MS, atividade que vem sendo organizada pelos movimentos sociais, e que se realizará na área do centro da cidade.
A articulação e convocatória das organizações populares pretendem reunir pessoas, movimentos e entidades que “indignados, envergonhados, sentem que a humilhação imposta aos povos indígenas do Estado os atinge”, segundo os organizadores. Foi especificada que se trata de uma atividade organizada por “não indígenas” a favor e em solidariedade com os povos indígenas do MS. A idéia do ato não é só reagir contra a violência praticada sistematicamente contra os povos indígenas. É também para chamar a atenção da sociedade sul-mato-grossense que tal violência já não pode ser aceito e que há setores não indígenas que se sentem atingidos igualmente em sua dignidade de pessoas de bem que não aceitam nem vão se acostumar a testemunhar passivamente os ataques sistemáticos praticados contra “nossos iguais, irmãos e parentes”.
Atentado a ônibus escolar
Um dos mais recentes atos de violência que teve muita repercussão nacional e internacional foi o ataque que sofreu um ônibus escolar lotado de estudantes indígenas na região de Miranda/MS, 203 quilômetros de Campo Grande, em 3 de junho deste ano. O ataque que aconteceu com o uso de uma bomba caseira feriu gravemente a cinco estudantes e ao condutor do veiculo. Naquela ocasião a mídia lembrou a “briga judicial” entre indígenas do povo Terena e fazendeiros na região de Miranda apontando o seguinte:
“Três anos atrás o Ministério da Justiça baixou uma portaria determinando que uma área de perto de dois mil hectares fosse transformada em aldeia indígena, contudo, por meio de liminar, a decisão foi suspensa no ano passado pelo STF (Supremo Tribunal de Justiça). Em março deste ano, os índios invadiram duas fazendas em Miranda, uma delas a fazenda Petrópolis, do ex-governador de MS, Pedro Pedrossian. A Justiça mandou a polícia afastar os índios de lá” (midiamax). Para os indígenas não há duvidas de que essas terras pertencem ao povo Terena, sendo que uma parte já foi demarcada a favor dos indígenas, mas entraves jurídicos e administrativos não permitem a efetiva entrada dos nativos em suas terras tradicionais. Antes do ataque perpetrado contra os escolares muitas lideranças indígenas já vinham denunciando diferentes tipos de ameaças e algumas encaminhadas ao Ministério Publico Federal.
Violência ainda maior é praticada sistematicamente contra o povo Kaiowa-Guarani no MS. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, Mato Grosso do Sul concentra a segunda maior população indígena do país e possui os piores índices de terras demarcadas e os maiores índices de violações de direitos humanos. MS tem sido por muitos anos ‘recordista’ de violência contra os povos indígenas do Brasil e as causas dessa realidade estão intimamente ligadas à ocupação de suas terras tradicionais pelo agronegócio e o latifúndio, segundo os organizadores do ato a realizar-se em Campo Grande.
Fonte: CPT/MS