Comunidades tradicionais: reconhecimento e normatização.
Wellington Bonfim e Franklin Timóteo
Algumas Políticas Públicas na atualidade se referem diretamente a Direitos de Comunidades Tradicionais, seja à terra, educação, etc. Para tanto se faz necessário uma intervenção do Cientista Social. Essa intervenção segue na direção de um estudo analítico e descritivo da matéria para garantia desses direitos. A Etnografia em sua acepção clássica se caracteriza pela permanência do pesquisador em campo. No entanto, a elaboração de laudos, pericias e relatórios são peças que não se enquadram necessariamente a essa máxima etnográfica, bem como outros encaminhamentos consolidados no trabalho de campo. Nesse espaço estaremos discutindo essas novas demandas metodológicas, procurando relacionar Politicas Públicas, Etnografia e o trabalho do pesquisador.
Antropologia Visual
Luiz Gustavo P. S. Correia, Danielle Noronha e Diogo Francisco C. Monteiro
O minicurso tem o objetivo de apresentar o percurso de interlocução entre a antropologia e a imagem, seja estática ou em movimento. Serão discutidos e exibidos os primeiros usos que a disciplina fez da fotografia e do vídeo como aliado do registro etnográfico na pesquisa de campo até os trabalhos desenvolvidos recentemente. O minicurso também trabalhará a relação entre os filmes etnográficos e os filmes documentários, os possíveis diálogos com o cinema, além das possibilidades de trabalho da imagem como objeto de pesquisa, seja na perspectiva da recepção fílmica, da análise do olhar dos cineastas ou das representações e das narrativas que apresenta da sociedade e de sua cultura.
Identidade e cultura: possibilidades metodológicas.
Mateus Neto e Willams Souza
A proposta deste minicurso é articular as múltiplas possibilidades metodológicas na área das Ciências Sociais com o referencial teórico dos Estudos Culturais, tomando como possibilidades de diálogos três experiências singulares realizadas no âmbito do Grupo de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas: a etnografia, a pesquisa documental e a análise do discurso. A proposta da sessão etnografia é a da perspectiva de ser um “andarilho na cidade”, buscando um “olhar de perto e de dentro” que possibilite a articulação dos estilos de vida com o espaço urbano. Na sessão pesquisa documental apresenta as possibilidades da pesquisa em arquivos, num contexto que extrapola o domínio historiográfico dos documentos. Fechando essa tríade metodológica, temos a sessão análise do discurso que propõe pensarmos a partir de uma abordagem semiótica que vê o discurso como manifestação de práticas sociais.
GRUPOS DE TRABALHO
GT 1 – Expressões urbanas, estilos de vida e identidades.
A proposta do GT é abrir espaço para a discussão a respeito da relação existente entre diferentes formas de expressões urbanas, circuitos, estilos de vida e processos de construção de identidades. As expressões urbanas têm a ver aqui com os arranjos econômicos, sociais, políticos e culturais das pessoas no interior das paisagens urbanas. As práticas e representações presentes em tais espaços possibilitam a manutenção de relações de continuidade com outras formas de percepção e convívio, como: gostos, estilos de vida e identidades sociais. Por sua vez, o trânsito e as freqüências dos usos de determinados locais, acabam por criar redes de sociabilidades e lugares de trânsito e tensões, baseadas na comunicação, no manejo de códigos específicos, regras de encontros, entre outros.
GT 2 – Comunidades tradicionais e produção de sentido na sociedade contemporânea
A proposta deste GT é reunir discussões que enfatizem o tema Comunidades Tradicionais, as quais, dentre outras coisas, destaquem questões referentes aos desafios e dilemas destas comunidades na sociedade contemporânea. O entendimento que trazemos para o debate é o mais amplo possível, no que diz respeito à noção de comunidades tradicionais, abrangendo, por exemplo, comunidades quilombolas, indígenas, pescadores, extrativistas, religiosas, entre outras que tenham em sua organização social e política e práticas culturais e econômicas formas costumeiras de convívio. O objetivo é promover um momento de reflexão acerca do que se entende hoje como comunidades tradicionais, principalmente no que diz respeito aos entendimentos institucionais e sua relação com entendimentos locais. Ao avaliarmos questões que dizem respeito a manifestações culturais, as relações interétnicas, a territorialidade, dentre outras formas de expressão social destas coletividades, acreditamos que, direta ou indiretamente estaremos possibilitando o diálogo entre diferentes referenciais teóricos, metodológicos e conceituais sobre a questão.
GT 3 – Relações raciais e retóricas de identidade
A proposta do GT é fazer uma reflexão sobre a problemática que envolve as relações raciais, nas mais variadas esferas de nossa sociedade. Para tanto, consideramos como questão primordial a perspectiva de que as retóricas de identidade ou a formação identitária são delineadas como um ponto-chave para se pensar as relações raciais em contextos sociais em que a pluralidade de concepções se impõe, a partir de uma variedade de códigos simbólicos e inúmeras formas de percepção sobre as diferenças. Entendemos que a formação da identidade pode ser definida como algo situacional ou diretamente influenciada pelo contexto ou lugar de fala e enfrentamento dos indivíduos, o que corrobora para constituição de identidades com fronteiras não tão bem definidas, onde a fluidez é a principal característica. É com essa perspectiva que pretendemos devolver as discussões nesse GT, atentos às possibilidades de entendimentos contemporâneos sobre as teorias da identidade e da etnicidade.
GT 4 – Espaços religiosos, formas de expressão e linguagem.
As religiões se constituem como espaços construídos a partir de sistemas de pensamentos que possibilitam a tradução do sagrado em contextos diversos. Os espaços religiosos abrem uma multiplicidade de canais para as expressões e relações identitárias. Tais espaços tornam-se lugares que veiculam significados. As expressões rituais, os usos de objetos, a manifestação oral, musical e plástica nestes lugares, possibilitam a percepção de processos de construção de expressões de identidade, solidariedade e afetos. Ao mesmo tempo o espaço religioso é também o lugar de encontro de pessoas de diferentes contextos sociais. Assim sendo, diferentes diálogos culturais suscitam o reconhecimento, a compreensão e a decodificação das formas de expressão e linguagem presentes na dimensão simbólica materializada nos diversos espaços religiosos. A partir da perspectiva dos Estudos Culturais propomos reunir trabalhos que apontem para a possibilidade de interpretação sobre as diferentes formas de expressões identitárias nos espaços religiosos.
GT 5 – Estudos culturais e a pesquisa em suas múltiplas possibilidades.
Este GT propõe possibilitar um espaço de discussão sobre as múltiplas possibilidades de trabalhos de pesquisa a partir das perspectivas teóricas dos Estudos Culturais. Nesse sentido, serão recebidos trabalhos que se dediquem a reflexão sobre metodologias e abordagens que adotam posturas interdisciplinares (antropologia, artes, história, comunicação social, literatura, política e sociologia) na construção de seus objetos de análise. Receberemos propostas que apresentem reflexões sobre a prática da pesquisa ou exemplos de aplicação de metodologias que privilegiaram o caráter etnográfico, o trabalho em arquivos ou os estudos a partir do uso de narrativas e imagens.
GT 6 – Mediações Culturais, identidades e relações de poder
A proposta deste Grupo de Trabalho é reunir reflexões dedicadas aos estudos das relações de poder e manifestações de identidades envolvidas por processos de mediação cultural. O desafio é pensar atividades e experiências sociais, pensadas sob a ótica das produções, das interpretações e dos conflitos. Dessa maneira, tal proposta enfatiza diferentes usos cotidianos de mediação cultural (orais, escritos ou visuais) e que se tornaram corriqueiros através de diferentes suportes. Interessam trabalhos que tratem de tais questões em diferentes formatos comunicativos (seja através de distintos meios ou estilos), considerando intencionalidades, receptividades, formas de afirmação de identidades e diferentes expressões de poder nelas contidas. Consideramos que, na sociedade contemporânea global e ao mesmo tempo localizada, os processos de mediação revelam tensões atravessadas por diversas lógicas culturais, discursos e representações artísticas, políticas e sociais.
GT 7 – Políticas Raciais e Educação
Nos estudos da educação brasileira, emerge-se através de pesquisas das esferas governamentais e acadêmicas, bem como pelos movimentos sociais, e em especial, pelo Movimento Negro, a relação tempo-espaço no qual perduram históricas desigualdades sociais e raciais. No âmbito da educação, as condições de acesso, de qualidade e de equidade resultam em restritas conquistas no que tange as populações étnicas no Brasil. Os debates sobre inclusão, diversidade e igualdade ocupam destaque no cenário político e educacional possibilitando-nos problematizações, conquistas e direcionamentos das políticas do Estado para com o sistema de ensino, visando o sentido de políticas de ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações, e de reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos povos étnicos. O objetivo do grupo de trabalho é ampliar o debate sobre a equidade étnico-racial na educação através de experiências etnográficas, estudos de caso, relações e análises institucionais com foco na implementação da Lei 10.639/2003, reformulada e resultante na Lei 11.645/2008, assim como questionamentos e entraves das intervenções públicas no enfrentamento e no diagnóstico das políticas raciais na educação do Brasil.
GT 8 – Antropologia visual: um olhar sobre as imagens em movimento.
O campo da antropologia visual se firmou ao longo dos anos e hoje se consolida como uma importante área da disciplina. A partir das transformações ocorridas na tecnologia para a realização de obras audiovisuais, a antropologia pode também ampliar a sua maneira de produzir conteúdos e apresentar novas possibilidades para os trabalhos em vídeo. A proposta deste GT é discutir sobre o estudo e a produção de imagens em movimento, a partir da análise de aspectos teóricos e metodológicos da produção visual. Serão exibidos trabalhos em vídeo, como filmes etnográficos e documentários, relacionados à estudos culturais, identidades e relações interétnicas. O objetivo é proporcionar debates entre os participantes para apresentar novas formas de produção e ampliar o pensamento sobre o estudo do cinema e do vídeo através do olhar da antropologia.
VALORES E REGRAS PARA INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO NO EVENTO
Valores de Inscrição através de Depósito Bancário
R$ 10,00 – ouvinte graduação
R$ 15,00 – ouvinte em pós-graduação ou pós-graduado
R$ 20,00 – graduação com apresentação de trabalho
R$ 30,00 – em pós-graduação ou pós-graduado com apresentação de trabalho
Prazos e regras
1 – O evento acontecerá entre os dias 16/11 a 18/11/2011
2 – Período para a submissão dos resumos: de 01/09 a 07/10/2011
3 – Divulgação dos resultados dos trabalhos inscritos: 10/10/2011
4 – Prazo para recebimento dos trabalhos completos: 01/11 a 10/11/2011
5 – Último dia para pagamento para aqueles que apresentarão trabalhos: 10/11/2011
6 – Último dia para pagamento para aqueles que não apresentarão trabalhos: 14/11/2011
7 – Nos dias da realização do evento só serão aceitas inscrições de ouvintes, com acréscimo de R$ 5,00 aos valores indicados acima.
8 – Cada inscrito poderá se inscrever em um minicurso e indicar uma segunda alternativa. Caso as vagas de seu minicurso escolhido já estejam preenchidas a inscrição será transferida para a outra alternativa indicada. A participação em cada um dos minicursos será garantida até o limite do preenchimento das primeiras cinquenta vagas em cada minicurso, por ordem de inscrição. Não haverá cobrança extra pelos minicursos.
A inscrição deve ser realizada mediante depósitos identificados e transferências bancárias para:
Caixa Econômica Federal
Agência: 0059 Operação 013
Conta Corrente: 23721-7
Em nome de Frank Nilton Marcon
O comprovante bancário deverá ser enviado junto com a ficha de inscrição preenchida para o e-mail eventogerts@gmail.com
Regras para apresentação de trabalhos em Grupos de Trabalho
1 – Serão aceitos no 12 trabalhos por GT (divididos em dois dias de apresentação).
2 – Cada inscrito deverá indicar sua primeira e segunda opções de GTs.
3 – Cada inscrito poderá encaminhar apenas um trabalho como autor e um outro como coautor.
Normas para submissão de resumos e trabalhos completos
Resumo para GTs e apresentação de vídeos: fonte Times New Roman, espaço simples, tamanho 12, margem 3cm. O resumo deve conter: (1) título do trabalho (centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição e e-mail (alinhados à direita). Texto do resumo com no máximo 900 caracteres.
Trabalho completo: fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5, margem 3cm. O texto deve conter: (1) título do trabalho (centralizado e em caixa alta); (2) nome do autor, instituição (se houver) e e-mail (alinhados à direita); Máximo de 20 laudas e mínimo 15. Formato do arquivo em PDF.
O trabalho completo deverá apresentar capa com as seguintes descrições e em ordem: Nome do evento e nome do GT (no cabeçalho); nome do trabalho centralizado e nome do autor no fim da página.
Resumos e trabalhos completos deverão ser enviados aos e-mails dos coordenadores até as datas indicadas. Somente terão direito de apresentar trabalhos e receber certificados àqueles que efetuarem a inscrição, juntamente com o pagamento, até a data prevista.