Exposição em Manaus traz fotos históricas da Luta Indígena

16/07/2014

Algumas das imagens mais marcantes sobre a luta dos povos indígenas do Brasil pelos seus direitos estão reunidas em uma exposição que ficará em cartaz até o dia 17 de agosto no calçadão da avenida Coronel Teixeira, mais conhecida como Estrada da Ponta Negra (zona oeste), ao lado das rampas de skate, em Manaus. A abertura acontece nesta terça-feira (15).



A exposição “Retrospectiva em Imagens da Luta dos Povos Indígenas no Brasil por seus Direitos Coletivos” reúne 43 fotografias de momentos históricos, muitas delas já clássicas, como a luta dos povos indígenas para garantir seus direitos na Constituição de 1988 e a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Entre os 33 fotógrafos estão nomes reconhecidos no país e no exterior, como Claudia Andajur e Sebastião Salgado.



Na abertura marcada para esta terça-feira, está confirmada a presença da embaixadora da Noruega Aud Marit Wiig e representantes do Instituto Socioambiental (ISA). A embaixada da Noruega e o ISA são os coordenadores da exposição, com apoio da Prefeitura de Manaus. Haverá também a apresentação do grupo Bayaroá, formado por índios da região do Alto Rio Negro, no Amazonas.



A coordenação da exposição explica que a mostra comemora os 30 anos do apoio norueguês aos povos indígenas no Brasil, os 25 anos da Constituição e os 20 anos do ISA. A estreia foi em novembro do ano passado em Brasília, no Museu da República, e contou com a presença de lideranças indígenas históricas como Marcos Terena, Ailton Krenak, o cacique kayapó Raoni Metuktire, Almir Suruí Paiter e Davi Yanomami.



Em São Paulo, foi instalada na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera, ao lado do Museu Afro Brasil. Já na cidade de Belém, a mostra foi recebida no Espaço Ver-o-Rio, entre os dias 21 de maio e 22 de junho.



A mostra é composta por 43 fotos, apresentadas em ordem cronológica, clicadas por 33 fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em português e inglês. São 18 totens de 2,39 x 2 m, com imagens de ambos os lados, e a iluminação noturna das peças será feita por coletores solares, no topo dos totens.



Entre os povos indígenas retratados na exposição estão yanomami, guarani-kaiowá, xavante, guajá, kayapó, panará, além de povos em isolamento voluntário.



Saindo da invisibilidade



A maior parte das imagens foi publicada originalmente na imprensa ou nos volumes da série “Povos Indígenas no Brasil”, elaborada, inicialmente, pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi) e, a partir de 1994, pelo ISA, com apoio do governo norueguês.



A exposição traz momentos e personagens históricos, retratados em um período de 33 anos no qual os povos indígenas saíram da invisibilidade para entrar de vez no imaginário e na agenda do Brasil contemporâneo.



Em 1983, a Noruega criou uma linha específica de cooperação internacional para apoio aos povos indígenas e o Brasil foi o primeiro país a receber seus recursos.



A Embaixada da Noruega apoia atualmente 12 associações indígenas e organizações indigenistas. A base da iniciativa é a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um dos principais mecanismos internacionais de proteção aos direitos indígenas. A Noruega foi o primeiro país a ratificá-la, em 1990. O Brasil fez o mesmo em 2002.



Para quem não conhece Manaus, o acesso ao calçadão da Ponta Negra, que fica na zona oeste da cidade, pode ser feito de ônibus (número 120) ou de carro, pelo bairro São Jorge ou bairro Tarumã.

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