Contas e Balangandãs – A África que Minas não vê…

11/11/2010

Contas e Balangandãs – A África que Minas não vê…

é o título da exposição que a Faculdade de Medicina da UFMG recebe entre os dias 4 e 16 de novembro, no saguão da Unidade.

A idéia é, no Mês da Consciência Negra, promover o conhecimento do passado, como forma de contribuir para a melhor compreensão da realidade atual.

Os organizadores também pretendem elevar o grau de consciência crítica da sociedade contemporânea a respeito da contribuição da etnia negra na construção da identidade brasileira.



Abertura com palestra

Promovido pelo projeto de extensão Cores de Minas, proposto por um grupo de servidores da UFMG e vários colaboradores, a exposição será aberta no dia

4 de novembro, às 18h30

, com entrada franca.

Na ocasião o professor do Departamento de História da UFMG,

Eduardo França Paiva

, apresenta a conferência “História, adereços e identidade”. A historiadora Marília Bonoto exibe vídeo realizado por alunos de nível médio do Instituto Regina Pacis, de Sete Lagoas.

Uma série de fotografias de mulheres contemporâneas usando adornos, negras ou não, vão evidenciar nova leitura de uma realidade social iniciada com as escravas e forras em Minas Gerais nos séculos XV e XVI.



Lugar social dos adornos

Maria das Graças Valdomiro, coordenadora do Cores de Minas, avisa. Que ninguém se engane pensando que se trata de resgate ingênuo do passado. Tampouco do seu cultivo nostálgico. “Nossa busca é por uma nova perspectiva do rosto cultural brasileiro e da valorização da contribuição cultural da nossa etnia”, afirma.

A premissa é a de que o uso dos adornos corporais vai além do aspecto puramente estético. “Eles são, além de signos de beleza, uma forma de expressar a resistência, o pertencimento e a manutenção de uma identidade étnica”, afirma o sociólogo Daniel Martins, que assessora a exposição ao lado da historiadora Cláudia Otoni. 

Para ambos, determinadas peças carregam consigo um conjunto de práticas estéticas e comportamentais que podem ser chamadas estilo. Os efeitos deste estilo sugerem caminhos afirmativos e podem ser pensados como um projeto de resistência e afirmação social: eles sustentam, acumulam, estratificam, embelezam e transformam as narrativas, avalia Cláudia.

“A exposição

quer contribuir para a releitura da narrativa social com o intuito de promover uma nova forma de se compreender os adornos das mulheres e promover o conhecimento histórico e cultural da sociedade a partir deste mote”, complementa Maria das Graças, revelando aspectos do que seu grupo denomina como a “África que Minas não vê”.


PROGRAMAÇÃO
Dia 4/11/10 – 18h30 – Sala 34 da Faculdade de Medicina (Av. Alfredo Balena, 190. Santa Efigênia)
Abertura da Exposição
Palestra: História, adereços e identidades – Prof. Eduardo França Paiva (Departamento de História da Fafich/UFMG)
Exibição de vídeo
“Cores de Minas UFMG – Tantas quantas as Gerais”
Profa. Marília Bonoto (Historiadora, Instituto Regina Pacis. Sete Lagoas)
Apoio: Pró-Reitoria de Extensão da UFMG (Proex). Centro de Extensão do Hospital das Clínicas (Cenex-HC). Faculdade de Medicina.

Mostra Especial
Comemoração do Dia da Consciência Negra
Dias 21 e 22/11/2010 – Foyer do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537. Centro)
Realização: Companhia de Dança Baobá.
Apoio: Fundação Clóvis Salgado

Print Friendly, PDF & Email