Nota de apoio e solidariedade ao Prof. Apolo Lisboa

17/02/2022

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Nota de apoio e solidariedade ao professor Apolo Lisboa

Nós, integrantes dos movimentos e instituições abaixo assinados, vimos a público prestar solidariedade ao médico, professor da UFMG e ambientalista Apolo Heringer Lisboa. Apolo também é o idealizador e fundador do Projeto Manuelzão e possui página disponível para acessos na Internet www.apoloheringerlisboa.com. Ele, de longa data, defende a vida em todas as suas formas, se instituindo como inspirador de nossas atuações em defesa da preservação dos ecossistemas brasileiros e do uso responsável e equilibrado dos nossos recursos naturais, pensando nos atuais e futuras gerações.

Apolo tem praticado, ao longo de sua vida, uma aguerrida defesa das águas, dos animais e das plantas de todas as espécies apontando de forma corajosa e lógica que “o espelho d’água mostra a nossa cara”. Com foco físico, biológico e social sistêmicos, aponta que o crescimento econômico do Brasil pode e deve respeitar os limites ecológicos em respeito à preciosidade da vida na Terra. Cita que o agronegócio, a mineração e a indústria precisam se adequar aos limites impostos pela vida na Terra e não ao insaciável apetite de lucros, sujos de lixo e sangue. Apolo denuncia que o desmatamento galopante e generalizado, o uso de agrotóxicos e a abusiva retirada de água para fins econômicos, por parte dos grandes empresários, sem nenhum controle, é abuso e confisco de direitos.

A água é um bem natural, público, essencial à vida e de uso comum de todos os seres vivos, não somente dos humanos ricos. Muito menos em nome de um desenvolvimento econômico a qualquer custo que empobrece o povo que forma a base da pirâmide social.

Denuncia ele o conluio que se estabelece entre ocupantes de cargos públicos e setores perversos do empresariado urbano e rural para o controle privado da água e o não pagamento de seu valor de mercado, o que estaria na origem da alta lucratividade dos empreendimentos agrossilvopastoris e minerários, e da transferência, ao povo, desse custeio forçado dos lucros de alguns, obrigados a pagar as elevadas tarifas de água e energia da água por eles escasseada em benefício de seus negócios ilegítimos e egoístas. À escassez de água criou-se um novo tipo de seca: a seca subterrânea, a seca do modelo econômico hidrocida, do hidronegócio. Não mais a seca sazonal das estiagens. É uma seca diferente, alternada com dilúvios.

Por causa de seu engajamento em defesa da vida, que culmina na denúncia das retiradas abusivas de águas dos rios e lençóis profundos, com um sem outorga, o que deixa sem água pequenos produtores rurais e consumidores urbanos, Apolo está sendo processado por instituição representativa do empresariado do estado de Minas Gerais, a FIEMG, que hospeda a representação da grande mineração ecocida, como a Vale e a Samarco, responsáveis pelos crimes da negligência de correr riscos, pois a multa compensaria. Assim agiram movidos por ganância criminosa provocando o Mar de Lama e Sangue de novembro de 2015 em Bento Rodrigues, que destruiu o Rio Doce, e de janeiro de 2019, que parou o Rio Paraopeba na bacia do São Francisco. Ambos com centenas de pessoas mortas.

Nesses tempos marcados por toda ordem de retrocessos, vimos a público reafirmar nossa solidariedade e nosso compromisso com as ideias que têm na gestão equilibrada, saudável e regenerativa, a sustentação e fundamento da nossa ação socioambiental cidadã.

Receba, Apolo, toda a energia emanada de nossas lutas em defesa da Vida, em todas as suas formas.

 

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