De acordo com o órgão, há possibilidade de danos ambientais também no rio Itabirito. Ainda segundo a Feam, a Gerdau, que administra a barragem, será autuada por causar intervenção que resulta ou possa resultar em dano ambiental.
O vazamento começou na manhã da última sexta-feira, 28, e foi comunicado à Feam pelo Núcleo de Emergência Ambiental (NEA). “Foi informado que a empresa interrompeu o fluxo de material, sanando o vazamento na tarde do mesmo dia”, esclareceu o órgão, por meio de nota.
Um dia após o vazamento, foi feita uma fiscalização na área e recolhidas amostragens de água do rio Itabirito e do ribeirão Mango. Nesta terça-feira, 1, a Feam faz nova fiscalização nas comunidades próximas para verificar se houve danos ambientais também nesses espaços. Até o fechamento desta matéria, o trabalho ainda estava em andamento.
A Gerdau se pronunciou sobre o vazamento da barragem. Segundo a empresa, houve passagem de rejeito pelo extravasor operacional, que atingiu a drenagem à frente. Ainda de acordo com a mineradora, o fluxo foi contido por boias e, no mesmo dia, a água apresentava turbidez normal.
A barragem
A barragem dos Alemães foi construída pelo método de alteamento a montante, o mesmo utilizado na barragem do Fundão, em Mariana, que se rompeu em 2015. Esse também era o método da barragem que se rompeu em Brumadinho, em 2019, causando centenas de mortes.
Essa estrutura é a mais comum e mais barata para esse tipo de intervenção e consiste na construção de degraus com os próprios rejeitos para conter o material despejado na estrutura.
De acordo com a Gerdau, o vazamento não tem relação com a estrutura ou segurança da barragem.
Segundo a Feam, a estrutura da barragem dos Alemães deve ser descaracterizada, mas, enquanto uma nova barragem não é construída com a utilização de outro método, fiscalizações são feitas para assegurar que não há riscos.
A última vistoria no âmbito do Programa de Gestão de Barragens foi feita em 26 de agosto, dois dias antes do vazamento, conforme a Feam.