Com uma programação de palestras, debates, oficinas, mostras e shows, foi aberta, ontem, dia 8, na Funarte, em Belo Horizonte (MG), a terceira Feira Música Brasil (FMB), evento que vem se consolidando como instrumento de inserção da música na cadeia econômica. “A música brasileira é reconhecida internacionalmente. É criativa, diversa e desperta paixões no mundo todo. Nós defendemos que se aprofunde a economia cultural, e esta feira é um momento central”, destacou o secretário Executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy.
Sérgio Mamberti, presidente da Funarte, disse, na mesma linha, que a feira contribui para a criação de uma economia da cultura musical. “A feira veio para ficar. É um processo de integração. Aqui se vê não apenas entidades representativas, mas também produtores internacionais. Então, começa a se criar uma rede, uma teia importantíssima para que possamos ter um planejamento”, afirmou.
Segundo Thiago Cury, diretor do Centro de Música da Funarte, a edição da feira em Belo Horizonte “faz parte de um processo de políticas integradas, onde se fortalece todo o sistema de rede no Brasil, toda a cadeia da música brasileira”. Ele argumenta que a FMB contempla “amplos aspectos” da cadeia produtiva, como a produção, distribuição, divulgação, difusão, novos modelos tecnológicos e também a discussão política, por meio dos seus painéis de debates.
As duas edições anteriores da feira foram realizadas em Recife (PE). Promovida pelo MinC, a FMB é realizada pela Funarte e tem a parceria da Rede Música Brasil, que reúne 15 associações nacionais, representando os diferentes elos da cadeia criativa e produtiva da música. Ao todo, mais de 3 mil artistas se inscreveram por meio do edital publicado no site da Feira Música Brasil. Foram contemplados 39 artistas do campo popular (artistas solo, grupos e DJs) ao erudito (conjuntos de câmara), em uma seleção realizada por profissionais dos diversos setores da cadeia musical.
A programação desta edição vai agitar a capital mineira até domingo, dia 12, com uma intensa programação. Além dos encontros de negócios e discussões sobre o setor, serão 50 shows com artistas de diversos estados. A maior parte das apresentações acontecerá na própria Funartemas também se estende a outros espaços. Um deles é o lugar onde os rappers costumam se encontrar, o viaduto Santa Tereza.
A principal atração do dia 8 ficou por conta de Gilberto Gil e seus convidados, no show de encerramento do primeiro dia da feira. Antes do show, o ex-ministro falou à imprensa e destacou o reconhecimento que a feira vem recebendo do setor musical. “A música brasileira continua presente como um dos principais elementos da vida brasileira. Eu acho que os três mil inscritos (na feira) significam que o Brasil está levando a sério a música, a economia da cultura, porque a música é, de fato, um dos grandes ativos que a gente tem. E a feira veio para ficar”, afirmou.