Na sociedade colonial, a coexistência de espanhóis e índios ocorreu desde muito cedo, na forma de duas "repúblicas" separadas (república de índios vs. república de espanhóis), com normas e leis que regulavam as relações entre uns e outros. A progressiva incorporação de escravos africanos não alterou este esquema, pois, juridicamente, pertenciam aos bens dos espanhóis e por isso eram incluídos na república deles. Não obstante, a interação sexual entre negros, espanhóis e índios e, também, entre seus descendentes, gerou um crescente número de indivíduos de origem mista ou mesclada, cuja existência colocaria em questão o modelo dual e, rapidamente, eles passariam a ser percebidos como uma ameaça à ordem social e política, o que resultou em processo de diferenciação que será analisado.