Seminário discute como conciliar mineração e preservação ambiental

19/03/2012

Fórum promovido pelo Hoje em Dia ocorre nesta segunda-feira, a partir das 11h30, no Planetarium do Hotel Mercure, em Belo Horizonte

amadeu barbosa/arquivo hoje em dia

mineração

Mina em Nova Lima: atividade mineradora tem criado passivos ambientais

Encontrar um meio-termo entre a exploração do minério e a preservação da natureza é desafio imposto a ambientalistas, mineradoras e poder público. A busca por alternativas que permitam, de um lado, a manutenção de uma atividade fundamental para a economia do país e, de outro, o menor impacto ao meio ambiente é o mote do fórum setorial que abre os debates da 10ª edição do Seminário Meio Ambiente e Cidadania, promovido pelo Hoje em Dia. O fórum acontece nesta segunda-feira (19), a partir das 11h30, no Planetarium do Hotel Mercure, em Belo Horizonte.

Embora difícil, o diálogo é possível, dizem especialistas. Causada pela extração mineral, a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, por exemplo, pode ser evitada. Uma das formas seria por meio da criação de barragens. No entanto, por exigirem investimentos altos, intervenções como essas nem sempre são feitas.

“A mineração, assim como qualquer outra atividade que implica uso e transformação dos recursos naturais, causa uma série de impactos ao meio ambiente, de maior ou menor intensidade, sendo que alguns são irreversíveis. Há casos em que o explorador sai do local e deixa os buracos para trás. É isso o que não pode acontecer”, afirma o ambientalista Roberto Messias Franco, ex-presidente do Ibama.

Segundo ele, a missão que se desenha é a de elaborar uma política mineral que promova o desenvolvimento da atividade sem causar grandes impactos ao meio ambiente. “É possível um diálogo entre os dois setores, especialmente porque a legislação ambiental que regula a mineração evoluiu e se tornou mais rigorosa nos últimos tempos, bem como houve avanços tecnológicos que permitem a adoção de procedimentos mais seguros em todo o processo de exploração”.

Apesar dos progressos, o ambientalista reconhece que a tarefa não é simples. “Mesmo com o saldo positivo nessa questão, lidar com o problema não é fácil. Há 40 anos, o local onde está o Parque das Mangabeiras era minerado e hoje se transformou em um lugar que está sendo bem aproveitado pela população. Mas, ao mesmo tempo, há áreas que deixaram paisagens destruídas, e é esse o motivo que gera reações contra a atividade. Apesar de a discussão se arrastar há anos, ainda temos muito a fazer”.

A conferência inaugural do fórum de segunda-feira terá como tema “Política Mineral e Meio Ambiente”. A palestra será proferida pelo secretário de Geologia, Mineração e Exploração Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar. Ele coordena a elaboração do projeto que estabelece novas regras para a exploração mineral no Brasil.

O segundo fórum setorial será em 23 de abril. As propostas levantadas nos dois encontros serão consolidadas durante o evento principal do seminário, agendado para 31 de maio e 1º de junho, e que terá como tema central “A Mineração e a Agenda Rio+20: Economia Verde e Erradicação da Pobreza”.

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