Espinho

23/03/2010

 

ESPINHO
 
LOCALIZAÇÃO
A comunidade quilombola do Espinho localiza-se no município mineiro de Gouveia, sendo um de seus núcleos rurais. Gouveia, por sua vez, faz parte da microrregião mineradora de Diamantina, no vale do rio Jequitinhonha. O acesso se dá por meio de uma estrada vicinal cascalhada.
 
INFRA-ESTRUTURA
A comunidade tem dois núcleos: o Espinho de Baixo e o Espinho de Cima, ambos com 60 famílias e onde vivem cerca de 120 pessoas.
A água é encanada, mas não recebe tratamento. A comunidade é atendida por agentes de saúde.
Há fornecimento de energia elétrica e uma escola que atende até a 4a série do ensino fundamental.
 
HISTÓRICO
Os moradores do Espinho afirmam que o território deles foi habitado desde tempos imemoriais. Segundo eles, as famílias têm o título de propriedade legal das terras, que teria sido conferido pela Ruralminas na década de 1950. Outras o teriam obtido no período de 1983 a 1996.
Segundo a pesquisadora Miriam Virgínia R. Rosa, os moradores de Espinho negam a origem quilombola da comunidade, como negam também que a tenham herdado de algum senhor de escravos. No entanto, essa dissociação significa, segundo a pesquisadora, que a comunidade afirma-se como negra, mas anula a “equivalência simbolicamente construída entre negro e escravo”.
 
ECONOMIA LOCAL
Os moradores de Espinho sobrevivem, principalmente, da renda enviada por parentes que migram para grandes centros urbanos. As atividades agrícolas dos que ficam também são muito importantes; feijão, milho e cana-de-açúcar são os principais produtos da localidade.
Embora a prática dos pequenos garimpos, surgida no século XVIII, ainda seja comum entre os moradores, sua importância econômica é pouco relevante. Embora a prática dos pequenos garimpos, surgida no século XVIII, ainda seja comum entre os moradores, sua importância econômica é pouco relevante.
 
CULTURA
Apesar de a televisão ser tão comum como em outras comunidades rurais, no Espinho, a narração de histórias ainda é muito valorizada.
Entre as narrativas, podem ser citadas: o mito do Cacho de Banana, o mito do Monjolo, a história de Dona Serafina e outras. Essas são histórias que relembram aos mais jovens os fatos da história de Espinho, lembra também o preconceito sofrido pelos moradores. Como em outras comunidades negras, no Espinho há muitas atividades artesanais. Os principais festejos ocorrem nos dias de São João e Santo Antônio, no mês de junho.
 
Fonte: ROSA (2004).
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