Moça Santa

23/03/2010

 

MOÇA SANTA/CÓRREGO DO BOM JESUS
 
LOCALIZAÇÃO
A comunidade quilombola de Moça Santa/Córrego do Bom Jesus está localizada no município de Chapada do Norte, no vale do Jequitinhonha.
Córrego do Bom Jesus é conhecido popularmente como Moça Santa.
 
INFRA-ESTRUTURA
No quilombo residem 61 famílias, totalizando cerca de 300 habitantes. A comunidade conta com duas escolas, que atendem até a sétima série do ensino fundamental. Há energia elétrica, poço artesiano e telefone público.
A igreja chama-se Bom Jesus, e à sua frente há um cruzeiro de madeira bastante antigo.
O padroeiro da comunidade é Bom Jesus da Lapa.
 
HISTÓRIA
A ocupação inicial de Moça Santa ocorreu na segunda metade do século XIX. Segundo a moradora Maria, de 72 anos, os primeiros ocupantes da região foram as famílias de Manoel Luiz da Rocha, Lourenço Gomes dos Santos e Benedito da Costa, vindos da região do Caititu, em Berilo.
A primeira denominação do sítio foi Córrego do Macaco, pois antes havia uma mata fechada em torno da comunidade – a mata dos Macacos.
O nome se deve à história de uma moça que viveu na comunidade do início do século XX até 1977, quando faleceu. Ela chamava-se Rita e, segundo os moradores, tinha o poder de curar os doentes apenas oferecendo água para beber, ou com sua presença perto deles.
Em todas as festas do padroeiro, era Rita quem levantava o mastro de Bom Jesus da Lapa, e as pessoas vinham de vários lugares em busca de sua ajuda.
Segundo o morador Faustino, perto do povoado existem caminhos e ruínas de muros de pedra construídos por escravos. Faustino também conta que antes havia folia-de-reis, e que vários
membros da comunidade participavam da guarda de congo, na comunidade negra de Paiol, que também fica no município de Chapada do Norte. A comunidade já é reconhecida pela Fundação Cultural Palmares.
 
GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE
A vegetação predominante é o cerrado, mas a região está bastante degradada pelo desmatamento e pelas pastagens para gado de corte.
Há grande incidência de rochas graníticas, que dificultam o uso do terreno para o plantio.
 
ECONOMIA LOCAL
Faustino conta que, antigamente, a comunidade cultivava mandioca, andu, cana-de-açúcar, abóbora e arroz. Os quilombolas faziam comércio com Araçuaí, principalmente com a venda de rapadura.
Segundo o morador, os antigos habitantes vestiam roupas de algodão, tecidas na própria comunidade, e suas casas eram de pau-a-pique.
Em época de estiagem, eles se alimentavam de uma raiz chamada macunã. Hoje, a maioria dos homens adultos migra sazonalmente para o interior de São Paulo e do Paraná, para trabalhar no corte de cana-deaçúcar e na colheita de café (abril/maio até outubro/novembro). Durante esse período poucos homens ficam na comunidade e muitos vão para São Paulo e não voltam mais.
 
Fonte: CEDEFES
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