Reportagem da TV UFMG acompanhou coleta de dados na comunidade de Pinhões, em Santa Luzia, onde vivem 400 famílias

A partir de dezembro, o Brasil terá um retrato inédito da população quilombola. Até então invisíveis nos dados oficiais, esses povos tradicionais aparecerão no Censo 2022 do IBGE. Pela primeira vez, um censo demográfico do órgão federal está aplicando a pergunta sobre autodeclaração e sobre a comunidade a que o quilombola pertence. A coleta de dados servirá para embasar políticas públicas e pesquisas acadêmicas.

A equipe da TV UFMG acompanhou uma coleta de dados no Quilombo de Pinhões, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde vivem 400 famílias quilombolas. Assista ao vídeo:

Sobre o Censo
Adiado em 2020, devido à pandemia, e em 2021, por questões orçamentárias, o Censo Demográfico 2022 iniciou-se em agosto nos 5.570 municípios do país. Até dezembro, os recenseadores visitarão 75 milhões de domicílios para contar cerca de 215 milhões de pessoas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima em 1,10 milhão de pessoas residentes em localidades indígenas e pouco mais de 1,13 milhão de quilombolas. Em 2022, ao todo, serão recenseadas 5.972 localidades e 2.308 agrupamentos quilombolas, reunidos em 3.452 setores censitários definidos pela cartografia do IBGE.

Minas Gerais tem a segunda maior concentração (1.043) de localidades quilombolas entre os estados brasileiros. De acordo com dados do Portal da Base Territorial do IBGE, os recenseadores estão visitando 15 territórios (dois em Belo Horizonte) e 251 agrupamentos quilombolas (quatro na capital mineira).

Única pesquisa que coleta informações em nível municipal, a coleta de dados censitários é a base para o mecanismo de distribuição dos recursos para municípios (FPM) e estados (FPE). Criado em 1936, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou o primeiro censo em 1940 e conduziu oito dos 12 censos realizados até hoje. Devido a conturbações políticas, em três ocasiões o levantamento não foi executado: 1880, 1910 e 1930.

Equipe: Soraya Fideles (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Flávia Moraes (edição de conteúdo)

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