PAIS SE REUNEM EM BH PARA DISCUTIR A EROTIZAÇÃO INFANTIL

11/04/2011

 

A Reunião, convocada pela Comissão de Pais da Rede Mineira da Cidadania, será realizada na quinta feira dia 14 de abril às 15h na Câmara Municipal, no bairro Santa Efigênia, na capital mineira. Hoje vivemos um processo no qual o mundo infantil se mistura ao adulto. Com o advento das mídias eletrônicas, a criança passa a ser um alvo ainda mais fácil. Ela acessa o computador e, em um clique, está consumindo conteúdo adulto. Então, enxergando isso como uma oportunidade, as empresas lançam mensagens comerciais e produtos como o sutiã de bojo para crianças de 6 anos, motivo de muita polêmica e preocupação por parte dos pais, autoridades e profissionais que lidam no dia-a-dia com crianças.
 
A Rede Mineira da Cidadania preocupada com essa onda de erotização infantil está organizando uma reunião de pais, líderes comunitários e profissionais diversos em chamar atenção das autoridades, do comércio e do público em geral. A reunião de mobilização será realizada no Plenário Paulo Portugal da Câmara Municipal de Belo Horizonte na quinta feira, dia 14 de abril, às 15h. Segundo o Coordenador Geral do Projeto Walfredo Rodrigues, durante a reunião uma Comissão de Pais entregará às autoridades municipais e estaduais um manifesto alertando para o problema considerado de natureza grave. A Rede Mineira da Cidadania pretende acionar a Justiça por meio de uma ação civil pública, caso o mercado continue a comercializar tais itens. Segundo especialistas para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços.
 
As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.
 

Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de quase 210 milhões de Reais (IBOPE Monitor, 2005×2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Segundo Lais Fontenelle, psicóloga e coordenadora de Educação do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, ao crescer com a prioridade de estar sempre bonita, a criança pode se tornar um adulto muito preocupado com a estética e ligado demais em bens materiais. "Isso porque os hábitos são formados durante os primeiros anos da infância e essa preocupação pode afetar a formação subjetiva, fazendo-as acreditar que é preciso ter para ser", acrescentou a psicóloga. Mais informações e confirmação de presença: Walfredo Rodrigues (31-8708-1497 ou 9204-6287), Coordenador Geral ou no e-mail: redemgcidadania@gmail.com

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