Museu Goeldi promove mostra de longas sobre povos indígenas em Belém

26/04/2011

O Museu Paraense Emílio Goeldi realiza mostra de Filmes etnográficos com temática indígena. O objetivo da mostra é debater sobre as produções audiovisuais feitas por populações indígenas e não-indígenas, através da exibição de documentários sobre o modo de vida, mitos e costumes desses povos.

O acervo de longas-metragens a ser exibido, é constituído por produções das décadas de 1980, 1990 e atuais. Após as mostras, haverá um bate-papo audiovisual com antropólogos e pesquisadores atuantes na área da produção e realização de vídeos etnográficos com povos indígenas.

O evento é realizado pela Coordenação de Museologia em colaboração com a Coordenação de Ciências Humanas (CCH) do Museu Goeldi, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA).

A mostra acontece nos dias 26, 27 e 30 de abril no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, ,Av. Magalhães Barata, 376, sempre às 15horas.

Confira os longas-metragens que serão exibidos:

Dia 26

HISTÓRIAS DE AVÁ, O POVO INVISÍVEL (Brasil, 1983), 18min, Bernardo Palmeiro, Tatiana Casanovas, Eliana Granado e João Marcos R. Leite (CM) – Documentário sobre os primeiros contatos dos índios Avá-canoeiro com a sociedade brasileira e a frente de atração da FUNAI.
 
NIWATHIMA (Brasil, 2010), 15min, de Eliana Granado (CM) – Niwathima é a única jovem do povo Avá-Canoeiro, que vive em Goiás. Casou-se com um homem Tapirapé, do Mato Grosso, que veio juntar-se a sua família. Este casamento representa uma esperança para a retomada de crescimento dos Avá, hoje condenados ao desaparecimento.

JANDE KA’APOR TA KA’A KE MUPYTA TA – OS KA’APOR DO ALTO TURIAÇU: DEFENDENDO NOSSA TERRA (Brasil, 2009), 20min, de Claudia Lopez (CM) – História da luta do povo indígena Ka’apor em defesa da Terra Indígena Alto Turiaçu (MA), invadida ilegalmente por não-indígenas nos anos noventa. O documentário mostra, também, a procura de novas alternativas econômicas para evitar o envolvimento dos indígenas no comércio ilegal de madeira.

OLHARES INDÍGENAS

KÁTPY RO SUJARENI, A HISTÓRIA DO MONSTRO KÁTPY (Brasil, 2009), 5min16, Cineastas do povo Kisêdjê (CM)

NÓS E A CIDADE (Brasil, 2009), 5min41,  de Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Beñites (povo Guarani) (CM)

HISTÓRIAS DE MAWARY, POVO WAIWAI (Brasil, 2009), 52min, de Ruben Caixeta de Queiroz (LM) – Narrativas de um tempo passado na aldeia Mapuera do grupo indígena Waiwai (PA). Essas narrativas estão ainda hoje inscritas nos corpos, nas palavras, no presente e na vida cotidiana daquele povo.

BATE-PAPO AUDIOVISUAL – Com Cláudia Kahwage, antropóloga e doutoranda da Universidade de Campinas (Unicamp), pesquisadora da Gerência de gestão ambiental em Terras indígenas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA). Claudia conversará sobre sua experiência como cineasta e os registros etnohistóricos na comunidade Mapuera do povo indígena Waiwai (PA).

Dia 27

FESTA DA MOÇA NO ENEPÜ, ENEPÜWA I YÜÜ TCHIGA (Brasil, 2002), 20min, de Priscila Faulhaber (CM) – Vídeo etnográfico sobre o ritual de iniciação de meninas Tikuta para a fase adulta.

A ARCA DOS ZO’É (Brasil, 1993), 22min, de Vicent Carelli e Dominque Tilkin Gallois (LM) – Os índios Waiãpi, que conheceram os Zo’é através das imagens de vídeo, decidem ir ao encontro desses índios, contatados na década de noventa, no rio Cuminapanema (norte do Pará) e documentá-los. Ambos de língua Tupi, eles compartilham muitas tradições culturais, mas os Zo’é vivem hoje a experiência de contato que os Waiãpi tiveram há mais de trinta anos atrás.

HUNI MEKA, CANTOS DO CIPÓ (Brasil, 2006), 25min, Cineastas do povo Huni Kuĩ (CM) – Uma conversa sobre cipó (aiauasca), “miração” e cantos. A partir de uma pesquisa do professor Isaias Sales Ibã sobre os cantos do povo Huni Kuĩ, os índios resolvem reunir os mais velhos para gravar um CD e publicar um livro.

OLHARES INDÍGENAS

KIDENE, ACADEMIA KUIKURO (Brasil, 2009), 4min52, de Takumã Kuikuro (CM)
BIMI, MESTRA DE KENES (Brasil, 2009), 4min28, de Zezinho Yube (povo Huni Kuĩ) (CM)
TROCA DE OLHARES (Brasil, 2009), 4min35, de Bebito Pianko (povo Ashaninka), Zezinho Yube (povo Huni Kuĩ) e Ernesto de Carvalho (CM)

BATE-PAPO AUDIOVISUAL – Com Pascale de Robert, antropóloga do IRD (Institut de Recherche pour le Développement, França) e pesquisadora visitante do CCH Museu Goeldi apresenta a história do filme “Ngô ti nhikjê” realizado em 2010 por um jovem cinesta da aldeia Moikarakô (TIK): Bepunu Kayapo. O filme, “O outro lado do grande mar” conta a viagem de uma delegação de cinco Mebêngôkre-Kayapo que foram participar da inauguração de uma exposição realizada por eles em Paris e visitar depois a aldeia da antropóloga no interior da França. Além do olhar etnográfico sobre os estranhos costumes do povo francês, o filme é um chamado ao diálogo entre as culturas através de repetidas sequências sobre o ‘cantar’ e o ‘comer’ juntos.

NGO TI NHIKJÊ (Brasil, 2010), 52 min, de Bepunu Kayapo, aldeia Moikarakô, Terra Indigena Kayapo (PA)

Dia 30

XIÑA BENA, NOVOS TEMPOS (Brasil, 2006), 52min, Cineastas do povo Huni Kuĩ (LM) – Dia-a-dia da aldeia Huni Kuĩ de São Joaquim, no rio Jordão, Acre. Auguistinho, pajé e patricarca da aldeia, sua mulher e seu sogro, relembram o cativeiro dos seringais e festejam os novos tempos.

JÁ ME TRANSFORMEI EM IMAGEM (Brasil, 2008), 31min, de Zezinho Yube (CM) – Uma conversa sobre a história dos Huni Kuĩ desde o tempo do contato, passando pelo cativeiro nos seringais até o trabalho atual com vídeo.

FILMANDO MANÃ BAI (Brasil, 2008), 18min, de Zezinho Yube (CM) – É uma reflexão do cineasta indígena Zezinho Yube sobre o filme “Manã Bai, O caminho do meu pai”, realizado por ele. Nesta entrevista, Zezinho fala sobre o processo de realização do filme, suas dificuldades e escolhas como cineasta e a delicada relação com seu personagem.

GRACE OF THE FLOOD / A GRAÇA DO DILÚVIO (México, 1992), 20min, de Glen Shepard (CM) – Filme sobre os cogumelos comestíveis entre os Maia do México.

SPIRIT HUNTERS (Peru, 1993), 50min, produzido pelo Discovery Channel, consultoria de Glen Shepard (CM) – Filme etnográfico sobre a caça entre os índios “Matsigenka” no Peru.

BATE-PAPO AUDIOVISUAL – Com Glen Shepard, antropólogo e pesquisador da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi. Glen conversará sobre sua experiência etnográfica na realização dos vídeos GRACE OF THE FLOOD e SPIRIT HUNTERS, este com a produção do Discovery Channel.

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