04/07/2011
Vai até o dia 06 de julho, o III Encontro dos Povos Indígenas do Corredor Tupi Mondé, evento realizado pela COIAB, através do Consórcio Garah Itxá, em parceria co o IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil e demais parceiros, com o apoio da USAID Brasil. O encontro acontece na cidade de Ji-Paraná, no leste Rondoniense, município que tem quase meio milhão de cabeças de gado, uma das principais zonas de destruição da Amazônia brasileira.
A manhã do primeiro dia do evento foi marcada pela apresentação e as primeiras falas dos participantes, representantes de diversas comunidades indígenas da região e também pela presença do Deputado Federal, Padre Ton (PT-RO), que teceu inúmeras críticas ao Estado, denunciando que o Congresso Brasileiro, composto pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal é excludente, branco e burguês.
As lideranças presentes destacaram a importância de se discutir assuntos que afetam os povos da região, como a construção dos empreendimentos do PAC, as rodovias e hidrelétricas, entre outros. “Esse encontro será muito proveitoso”, prevê a liderança Welington Gavião, falando a respeito de poder dialogar juntos sobre as questões referentes às políticas publicas do Governo. “Agradecemos a COIAB essa oportunidade de discutirmos esses empreendimentos que afetam nossas aldeias e pensar planos de futuro para o bem das novas gerações”, disse o líder Gavião.
Segundo Marcos Apurinã, coordenador geral da COIAB, essas são práticas que garantem o protagonismo dos povos indígenas amazônicos. “Agradecemos o apoio das lideranças que estão aqui presentes, pois é muito importante essa união, para podermos garantir novas conquistas e combater as ameaças na região, entre estradas e hidrelétricas. O Brasil vive em crise com a as mudanças no Código Florestal que não beneficiam os povos indígenas, somente aqueles que destroem a Amazônia”, afirmou.
Cloude Correa, coordenador do projeto, diz: "Estamos vindo para o III Encontro dos Povos Indígenas do Corredor, um esforço do movimento indígena da região para encontrar alternativas para resolver os problemas que os afetam".
Assuntos como o Estatuto dos Povos Indígenas, que está parado no Congresso desde o início dos anos 1990, PNGATI – Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas, reestruturação da FUNAI, inoperância da SESAI e o Parlamento Indígena Amazônico, também foram assuntos debatidos durante o evento.
Com o objetivo de fortalecer os povos indígenas e suas organizações para que haja uma real conservação do seu território, o projeto visa a reformulação do conceito de corredores biológicos e a sua transformação em corredores Etnoambientais que diretamente incorporam as ações do povo indígena na conservação.
FONTE: ASCOM COIAB