06/09/2013
Da Praça 7 até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) passando pela avenida Amazonas até a Afonso Pena. Este é o trajeto já definido pelo evento que promete ser o “maior protesto da história do Brasil” e será realizado neste sábado (7). Intitulado Operação 7 de Setembro (Op7) a manifestação já conta com 149 cidades brasileiras e uma no exterior engajadas na ação. Um forte esquema de segurança será montado para evitar atos de vandalismo e confrontos nos desfiles e manifestações previstos para o feriado da Independência do Brasil.
Anteriormente, ideia era sair da Praça 7 passando pela rua da Bahia, seguir até a Praça da Liberdade e depois ir até a ALMG (Reprodução/Facebook)
A maioria dos 13 mil internautas que confirmou presença no protesto, pelo Facebook, votou, por meio de uma enquete, na alteração do horário do evento – anteriormente marcado para as 14 horas, com concentração a partir das 12 horas. “A gente não queria que o horário chocasse com o do desfile cívico do Exército, mas a maioria fala mais alto e optou por fazer a concentração às 10 horas e sair da Praça 7 ao meio dia”, explicou.
Grupos de apoio
Em uma reunião realizada nessa quinta-feira (5) entre os organizadores do evento e reprentantes de Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Fumec, Uni e Una, ficou definido que os estudantes darão apoio à manifestação. Eles se reunirão na Praça da Liberdade e devem se encontrar com os demais protestantes na Praça 7. Além disso, a expectativa é de que os participantes da Marcha dos Excluídos, que tradicionalmente sai no feriado de Independência do Brasil, também façam coro à Op7.
Cidades mobilizadas
Em Minas Gerais, 15 cidades além da capital mineira têm manifestação agendada para o feriado, são elas: Betim e Nova Lima, na Grande BH, além de Caldas Novas, Cambuí, Divinópolis, Extrema, Itajubá, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Passos, Piumhi, Pouso Alegre, São Sebastião do Paraíso e Uberaba.
Na Nova Zelândia, brasileiros também estão organizados para protestar em frente à igreja cristã da Cashel Street, às 14 horas. Até a publicação desta matéria, mais de 380 mil internautas já tinham confirmado presença no evento de mobilização nacional.
A pauta do protesto foi definida por uma enquete virtual que contou com 26 mil votos. Os internautas definiram reivindicar pela prisão imediata dos mensaleiros, fim do voto obrigatório (PEC 159-2012), aprovação e cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), redução do número de deputados e representantes, reforma tributária (PEC 233/2008), aprovação e cumprimento da “Lei de Combate a Corrupção”, pelo Plano Nacional de Educação e pelo Projeto que cria o Sistema Nacional de Combate à Corrupção (PL 7.368/2006).
Veja o vídeo produzido pelos organizadores da Operação 7 de Setembro:
Filosofia, máscaras e cartazes
A Op7 considera que as causas são suprapartidárias, ou seja, está acima dos interesses políticos de partidos específicos. “Todos os partidos podem se identificar com essas causas, mas nenhum partido é dono das mesmas”, afirma a descrição do evento no Facebook.
Os organizadores explicam ainda que “qualquer ato fascista ou conclamando um golpe militar, que disfarçadamente é chamado de intervenção militar, não faz parte da real idéia da Operação Sete de Setembro. A Operação não é de esquerda, direita ou centro, não tem partidos, não tem bandeiras, não tem siglas”, diz.
De acordo com Lucas Veloso, um dos organizadores do evento, a intenção é atrair o maior número de pessoas, mesmo aquelas que não estejam estritamente engajadas com as pautas. “Quanto maior o fluxo, mais conseguiremos chamar a atenção da mídia e dos representantes para as discussões”, afirmou.
Sobre os riscos dessa proposta atrair vândalos, baderneiros e saqueadores, como ocorreu em junho na Pampulha, Veloso mostra-se confiante na expressividade do momento de forma pacífica.
“Qualquer evento de grande porte nacional, como um clássico de futebol ou o Carnaval atrai gente aproveitadora. Isso sempre acontece, mas é claro que a nossa intenção é fazer uma manifestação sem conflitos”, afirmou.
Ele justificou ainda que pensando em evitar confrontos e desorganização, o evento foi marcado para a tarde de sábado para que a agenda não se chocasse com o Desfile de 7 de Setembro e com a Marcha do Grito dos Excluídos, marcados para a manhã do mesmo dia.
O uso de máscaras e a elaboração de cartazes serão atividades de livre escolha dos manifestantes, de acordo com Velloso. “O uso de máscara é algo muito pessoal, há quem use por proteção. O que a gente quer é que as pessoas tenham liberdade para protestar”, contou.
Contudo, nessa quinta-feira (5), entre as medidas medidas de segurança anunciadas em entrevista coletiva concedida pelas polícias Civil e Militar está a exigência de identificação dos manifestantes mascarados durante os atos.
O coronel Antônio de Carvalho, do Comando de Policiamento Especializado (CPE), as polícias militar e civil farão a verificação e reconhecimento de manifestantes mascarados e suspeitos durante os atos públicos. "Vamos checar a identidade de todos os mascarados porque em junho muitos apresentaram documentos falsos. Além disso, quem estiver com bolsas e mochilas serão revistados".
Organização
A Operação 7 de Setembro está sendo organizada desde o fim de junho com lideranças de todas as capitais nacionais. Muitos dos encontros foram realizados pela web, outros foram feitos presencialmente, no Rio de Janeiro, durante uma ocupação em junho e que contou com a presença de representantes de Goiânia, Porto Alegre e São Paulo. “Os organizadores de todos os estados tinham o objetivo de fazer uma publicação com imagem ou vídeo, aos poucos, fomos definindo tudo pela internet”.