Programa PIPOU lança novo edital de apoio à permanência de estudantes indígenas no ensino superior

08/11/2022

 

Serão ofertadas 55 novas vagas distribuídas de acordo com as regras do novo edital. As inscrições vão até 04 de janeiro de 2023.

Fruto da parceria entre o ISPN e a Vale, o Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade – PIPOU lança nesta segunda-feira, 07/11/2022, mais um edital de apoio para a permanência de indígenas no ensino superior. Serão ofertadas 55 bolsas no valor de R$ 1mil/mês, além da doação de um computador portátil. O Programa também oferece acompanhamento pedagógico e atividades extracurriculares, como a promoção de debates e reflexões que contribuam para o acesso a direitos. Após um ano de funcionamento em fase experimental, o programa se consolida como uma contribuição para o fortalecimento das iniciativas de ações afirmativas para indígenas nas Instituições de Ensino Superior (IES) do país. Neste novo edital o programa amplia o escopo do seu público-alvo para além dos povos que já mantêm relacionamento com a Vale. Veja abaixo como concorrer às vagas.

Quais os critérios para concorrer às vagas?

Para concorrer a uma vaga no PIPOU, o/a estudante deverá ter iniciado seu curso nos anos de 2021 ou 2022 e estar matriculado/a em uma das 27 Instituições de Ensino Superior (IES) listadas no edital, a saber: Instituto Federal da Bahia (IFBA); Instituto Federal do Espírito Santo (IFES); Instituto Federal do Maranhão (IFMA); Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS); Instituto Federal do Pará (IFPA); Universidade Católica Dom Bosco (UCDB); Universidade de Brasília (UnB); Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS); Universidade Estadual do Pará (UEPA); Universidade Federal da Bahia (UFBA); Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD); Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); Universidade Federal do Acre (UFAC); Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA); Universidade Federal do Pará (UFPA); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA); Faculdade Alfaunipac; Univale; e Universidade Vila Velha (UVV).

É preciso também estar na primeira graduação, não possuir vínculo empregatício e nem ter outro tipo de bolsa voltada para a permanência no ensino superior. Saiba mais detalhes sobre estes e outros critérios no Edital PIPOU 2022.

Das 55 vagas ofertadas, até 20 serão destinadas aos povos com os quais a Vale se relaciona. Estes são: Gavião (TI Mãe Maria-PA); Guajajara (TI Rio Pindaré e TI Caru); Tupinikin e Guarani (TI Tupiniquim Guarani, TI Caieiras Velhas II, TI Comboios – ES); Krenak (TI Krenak-MG), Kayapó (TI Kayapó), Xikrin (TI Xikrin do Cateté). As outras 35 vagas serão destinadas a estudantes de outros povos.

 

Como será o processo seletivo?

A seleção será composta por três etapas: na primeira, o/a candidato/a deverá preencher um formulário e enviar toda a documentação solicitada, além de escrever uma pequena redação sobre a sua trajetória de vida até o ingresso na universidade. Na segunda, a redação será avaliada conforme o conteúdo e as ideias apresentadas. Os/as candidatos/as que apresentarem melhor desempenho na redação e cujo histórico acadêmico demonstre comprometimento com seu curso de graduação serão encaminhados/as para a terceira etapa que é a entrevista. Nesta última etapa o critério principal de avaliação será o envolvimento demonstrado pelo candidato/a com relação ao seu curso de graduação e à sua comunidade/povo indígena.

A divulgação do resultado final será feita através do site do ISPN até o dia 24/03/2023.

 

Sobre o Programa PIPOU

São inúmeras as dificuldades enfrentadas pelos/as estudantes indígenas nas universidades. A carência de recursos financeiros, ausência de acolhimento acadêmico, desafios pedagógicos no estudo das disciplinas, dentre outros, são alguns obstáculos que acabam estimulando a desistência de cursar a graduação.  Por isso, um dos principais pilares do Programa PIPOU é a sua contribuição para a permanência adequada e exitosa desses/as estudantes no ensino superior, por meio de auxílio financeiro, acompanhamento pedagógico e atividades formativas extracurriculares. A estruturação do programa é feita através do seu Colegiado que é composto por dois representantes do movimento indígena brasileiro, dois professores de universidades públicas, dois representantes dos estudantes indígenas, dois representantes do ISPN e dois representantes da Vale. A execução técnica do programa cabe ao ISPN que articula todas as instâncias envolvidas para realizar a iniciativa de forma exitosa.

No primeiro edital, lançado em agosto de 2021, as vagas foram direcionadas especificamente para cinco povos/Terras Indígenas com os quais a Vale mantém relacionamento. Na ocasião, foram contemplados/as 50 estudantes indígenas dos povos Gavião, Guajajara, Krenak, Tupiniquim e Guarani. “Estamos muito animados com a ampliação do público do PIPOU após a fase piloto. Sabemos que as dificuldades enfrentadas pelos estudantes indígenas na universidade  vão muito além das questões financeiras, por isso trabalhamos para que o PIPOU seja um apoio que realmente faça a diferença na trajetória acadêmica desses jovens, contribuindo para que futuramente eles e elas possam estar melhor preparados para apoiar suas comunidades e povos na defesa de seus territórios e direitos originários” enfatiza Ingrid Weber, assessora técnica do ISPN.

Após um ano como bolsistas, muitos estudantes apoiados pelo PIPOU expressam algumas das contribuições do programa nas suas vidas acadêmicas. “Eu tinha muita insegurança em relação ao meu texto acadêmico, mas tenho melhorado muito com o suporte que o PIPOU nos dá”, afirma Jessica Tupinikin, estudante de Nutrição na Universidade de Vila Velha (ES). “Aprendi muitas coisas que não foram abordadas no meu curso, mas que são temáticas muito pertinentes à nossa luta enquanto indígenas”, conta Aciara Guarani, do curso de Licenciatura Indígena na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). “É muito mais que um auxílio financeiro, o PIPOU ajuda no meu desenvolvimento acadêmico e amplia meus conhecimentos sobre a nossa vivência enquanto sociedades indígenas”, enfatiza Jopeptyti Gavião, do curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Sul e Sudoeste do Pará (UNIFESSPA).

 

Serviço

Lançamento do novo edital do Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade – PIPOU.

Baixe o Edital PIPOU AQUI.

Público-alvo: Estudantes indígenas matriculados em cursos de graduação em uma das 27 instituições de ensino superior públicas e privadas listadas no edital e que tenham iniciado o curso nos anos de 2021 ou 2022.

Período de inscrição: De 07 de novembro de 2022 a 4 de janeiro de 2023.

Informações: pipou-bolsas@ispn.org.br

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