Edição do Chá com Prosa: Direitos Humanos em Pauta, desta vez debatendo sobre direitos dos povos indígenas e tradicionais‏

03/05/2012

Mais uma vez os Direitos Humanos foram destaque na atuação do IMS

(Instituto Marista de Solidariedade) e do IMAS (Instituto Marista de

Assistência Social). Na tarde de ontem (24), mais de 30 pessoas

participaram de mais uma edição do *Chá com Prosa: Direitos Humanos em Pauta

*, desta vez debatendo sobre direitos dos povos indígenas e tradicionais.

Os convidados para provocar a “prosa” enriqueceram ainda mais o projeto:

Samantha Ro’otsiotsina de Carvalho Juruna, da etnia Xavante, e Zelandes

Alberto, da etnia Patamona. Samantha é natural do Mato Grosso e Zelandes de

Roraima e ambos são mestrandos de Sustentabilidade Junto a Povos e Terras

Indígenas da UnB (Universidade de Brasília). Também contribuiu a

antropóloga e professora da UnB, Mônica Nogueira.

[image: Mônica Nogueira, a esquerda, e

Samatha.]<http://sites.marista.edu.br/ims/files/2012/04/DSC05418.jpg>



Mônica Nogueira, a esquerda, e Samatha.



A proposta do projeto é aproximar organizações e pessoas que trabalham e se

interessam pelos desdobramentos dos Direitos Humanos. Nesta edição,

assuntos como saúde, educação, cultura, territórios, sustentabilidade,

religião, foram alguns dos que permearam a conversa. Samantha relembrou a

história do movimento indígena, que se iniciou na década de 1970 e os

direitos adquiridos com a Constituição de 1988. A estudante Xavante trouxe

ao debate a discussão da PEC 215 (Proposta de Emenda à Constituição) que

retira do Executivo a função de demarcar terras indígenas e passa ao

legislativo a função, numa clara manobra da bancada ruralista em se

apropriar dessa tarefa e dificultar a emancipação de povos indígenas e

comunidades tradicionais. “Que conhecimento técnico, histórico e teórico um

politico tem para demarcar uma terra indígena?”, questionou Samantha.

Zelandes Alberto explanou que as manobras das elites tradicionais no

Congresso são uma clara ameaça aos povos indígenas. “É uma estratégia

desarticular nossos povos. Colocam nosso povo como criminoso, culpado por

embates com fazendeiros e madeireiros”, afirmou.

<http://sites.marista.edu.br/ims/files/2012/04/DSC05438.jpg>



Zelandes Alberto



Quanto à cultura, ambos os estudantes, trouxeram aos participantes pontos

essenciais da afirmação cultura dos povos indígenas, tanto ligados à

língua, quanto à música e arte em geral. “Não há uma política efetiva para

as culturas indígenas. Existe apenas o Plano Setorial para as Culturas

Indígenas no Ministério da Cultura, mas que precisa ser fortalecido para

que ser torne uma política de Estado para valorizar e difundir nossa

cultura”, afirmou Samantha. Quanto ao Dia do Índio (19 de abril) todos

trouxeram questionamentos do modo que a população em geral vê este dia,

tornando a data folclórica e estereotipada.



A antropóloga Mônica Nogueira complementou as discussões durante todo o

debate. A experiência acadêmica e profissional dela proporcionaram

esclarecimentos e respondeu a diversas dúvidas também apontadas. Quando

discutida a questão religiosa de missões dentro de aldeias, Mônica foi

categórica: “É importante que não pensemos nos índios como seres que devem

viver em redomas de vidro. Não somos nós que devemos decidir por eles, eles

têm protagonismo e sabem lidar com as diversas frentes que chegam até eles,

tanto é que até hoje resistem às imensas dificuldades que enfrentam”,

concluiu.

[image: Shirlei Silva e Milda Moraes, coordenadoras do IMS e IMAS,

respectivamente.]<http://sites.marista.edu.br/ims/files/2012/04/DSC05403.jpg>



Shirlei Silva e Milda Moraes, coordenadoras do IMS e IMAS, respectivamente.



Por fim, também foram discutidas as questões ambientais e os saberes

tradicionais dos povos indígenas e quilombolas. A construção da usina

hidrelétrica de Belo Monte e o impacto aos povos que ali vivem, dentre

outras questões. Contribuíram, também, com o debate o Circuito Jovem

Marista da Ceilândia, Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, ONCB

(Organização Nacional dos Cegos do Brasil), Inbrapi, CDI-DF (Comitê para

Democratização da Informática do Distrito Federal) e acadêmicos da UnB e

outras faculdades. Ao todo, cinco indígenas de cinco etnias diferentes

contribuíram para o debate.



Para saber mais sobre os assuntos abordados e aprofundar conhecimentos

acesse:



INBRAPI <http://www.inbrapi.org.br/>



Conselho Indigenista Misssionário <http://www.cimi.org.br/>



fonte:

http://sites.marista.edu.br

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