Comunidades quilombolas redescobrem a “cultura do barro”

18/05/2011

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e a Mineração Rio do Norte lançam dia 18 de maio, às 16 horas, no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, em Belém, o livro "A Cultura do Barro: arte e ciência nas margens do Rio Trombetas". O lançamento integra a programação da 9ª Semana Nacional de Museus do MPEG.

Fruto do trabalho desenvolvido com comunidades quilombolas na Região de Porto Trombetas, pelos educadores do Museu Goeldi, Luiz Videira, Alcemir Aires, e dos bolsistas Luiz Reis e Regina Cavalcante, que atuaram no Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, o volume guarda nove anos de trabalho junto às comunidades Boa Vista, Lago Moura, Lago Batata e Aracuã, com ações de valorização da produção de objetos em cerâmica.

O livro relata como a arte de fazer cerâmica estava morrendo naquela região, já que os jovens acreditavam que era "coisa de índio", e que o trabalho não era valorizado. "Dona Zuleide", "Dona Nazaré", "Dona Joana", e "Dona Filica", todas moradoras das comunidades continuavam a retirar o barro na beira do rio e a produzir objetos em cerâmica, mas não de forma profissional. Dona Zuleide, por exemplo, acredita que "seres mágicos tem domínio sobre os recursos da floresta e é preciso pedir licença à mãe natureza", dona do barreiro para extrair a argila.

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