Belo Horizonte não tem prazo para resolver o impasse da moradia de indígenas da Venezuela

01/12/2021

Por Alessandra Mendes

Fonte:https://www.itatiaia.com.br/noticia/belo-horizonte-nao-tem-prazo-para-resolver-o-impasse-da-moradia-de-indigenas-da-venezuela

Grupo foi acolhido em setembro e alguns já testaram positivo para a covid-19

Foto: DPMG / Divulgação
DPMG / Divulgação

Ainda não foi marcada a data para transferência dos indígenas venezuelanos que estão no anexo do abrigo da prefeitura no bairro São Paulo. O caso é acompanhado pela Defensoria Pública, que após uma vistoria no local recomendou uma série de providências, incluindo a remoção do grupo de cerca de 70 pessoas para outro local. Um espaço na região do Barreiro já está sendo preparado, mas ainda não ficou pronto.

A defensora da área de direitos humanos coletivos e socioambientais, Raquel Passos, diz que a defensoria ainda não foi notificada da transferência do grupo que estava acordada para ocorrer até essa terça-feira (30), o que não aconteceu. “Até a presente data nós não recebemos informações acerca do cumprimento dessa mudança, dessa nova realocação desse grupo indígena. A defensoria está preocupada, tendo em vista a questão de que o abrigamento no Abrigo São Paulo não os acolhe adequadamente. Nós estamos em época de chuva e historicamente o Abrigo São Paulo vivência questões relacionadas à enchentes, tendo em vista o bairro onde ele está localizado.”

A prefeitura tem entendimento diferente, alega que não há atraso na remoção dos indígenas venezuelanos e que todo o processo está sendo tratado com a Defensoria e com o Ministério Público. Alguns integrantes do grupo já foram até o local conhecer o espaço e apontar eventuais necessidades específicas por causa das diferenças culturais.

O subsecretário de Direitos e Cidadania da Prefeitura de BH, Thiago Alves, fala em transferência dos venezuelanos em breve, mas sem especificar uma data. “Os 74 indígenas que estão no anexo do Abrigo São Paulo demandam um serviço de acolhimento em família e nesse sentido um novo espaço tem sido reformado, está em fase final, para recebimento dessa as famílias. Esperamos muito em breve que realizemos a transferência e a nova acolhida com todo serviço de acompanhamento a que os indígenas terão acesso.”

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