Baú Pipoca

12/03/2010

 

BAÚ – PIPOCA
 
LOCALIZAÇÃO
 
A comunidade do Baú se encontra no bairro Sagrado Coração de Jesus, popularmente conhecido como Pipoca, na zona urbana da cidade de Araçuaí. A comunidade é composta por cerca de 60 famílias e 300 pessoas. Segundo Antônio Carlos, do Centro de Referência Indígena e Negra de Araçuaí – Quijemm, haveria em torno de 400 famílias originárias da comunidade Baú que vivem espalhadas na zona rural e em outros bairros de Araçuaí e em outros municípios vizinhos.
A maioria das pessoas da família do Baú/Pipoca reside na rua Tulipa.
 
INFRA-ESTRUTURA
Localizado às margens de uma rodovia, o bairro Pipoca não possui esgoto, posto de saúde, escola e suas ruas são de terra. O casario é muito simples. Hoje grande parte da comunidade é evangélica. A sobrevivência do grupo depende em grande parte do trabalho sazonal.
Durante o período abril/maio até outubro/novembro muitas pessoas, principalmente homens adultos, migram em busca de trabalho no corte de cana e colheita do café no para o interior de São Paulo e Paraná.
 
HISTÓRIA
As pessoas dessa comunidade do Baú são oriundas de uma fazenda, denominada Santana, localizada na região de Itira, zona rural de Araçuaí. Na atualidade, apenas três famílias prosseguem residindo no local. Segundo a memória dos moradores mais antigos, Maria do Carmo, de 70 anos, Laurinda, de 68, e Maria José, com 66 anos, a família dos Baú reside na região desde o século XIX. Há a possibilidade de pertencerem à mesma família que reside na comunidade homônima existente no distrito de Milho Verde, município de Serro.
Segundo Maria José, sua bisavó era indígena e quando era jovem usavam apenas roupas fiadas na comunidade através de fusos, usavam pratos de terracota ou esmaltados, “precatas” de couro, tingiam a roupa com pau de aroeira e “anelim” (azul) e tomavam banho com folha de “patuchuli”.
A comunidade começou a ser expulsa de suas terras históricas nos anos oitenta, quando fazendeiros e grileiros começaram a chegar e a ocupar a região, por isso as famílias se dispersaram e muitas foram residir no bairro Pipoca. A comunidade expressou uma grande vontade de voltar para a sua terra de origem. Mas segundo o relato de uma pessoa de fora da comunidade, há bastante receio de se intentar algum encaminhamento junto ao governo nesse sentido, porque muitos ainda possuem laços fortes com o fazendeiro que ocupa o sítio atualmente.
Estas pessoas trabalharam como capatazes e até de jagunços, fortalecendo a relação de coronelismo, muito vigente ainda na região.
 
Fonte: CEDEFES
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