A comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente localiza-se no município do Serro, na região Metropolitana Belo Horizonte.

A comunidade é dispersa e está subdividida nos lugares denominados Papagaio, Massangana, Ausente de Cima e Ausente de Baixo. Fica a 3 km do distrito de Milho Verde.

 

Há luz elétrica e uma escola que atende até a 4a série do ensino fundamental.

 

Segundo relatos de moradores, os habitantes do Ausente se originaram da comunidade do Baú, situada também no município do Serro, em uma encosta da serra do Espinhaço. Os moradores do Ausente, como os seus parentes do Baú, são de origem banto, da região centro-sul do continente africano. As comunidades do Ausente e do Baú mantêm relações culturais e de parentesco.

 

Quanto à religiosidade, na comunidade há evangélicos e católicos. Da guarda de catopés de Milho Verde fazem parte tanto moradores católicos do Ausente como do Baú.

No dia 19 de setembro é comemorada a festa de Nossa Senhora do Rosário, em Milho Verde. Há rezas, levantamento da bandeira e a guarda de catopés, que segue em procissão pelas ruas.

Alguns moradores ainda falam palavras e frases do banto, língua de matriz africana. Muitos ainda se lembram dos antigos cantos vissungos, que eram entoados para velar os mortos, nos trabalhos de roça e na lida da mineração.

Os rituais fúnebres típicos da comunidade, como velar no quarto e dar uma surra no morto, entre outros, também foram lembrados.

São exemplos de palavras do dialeto de moradores da comunidade:

angoró (cavalo); omana (falta de roupa); n‘gaiazambi (Deus); mavu (cemitério); pipoque (feijão); massambi (arroz); calunga (água); apungo (fubá); anjo (casa); otita (noite); oteta (dia); caimina (moça nova); macuco (mulher velha); n‘jará (fome).

 

A área tem vegetação de Mata Atlântica, cerrado e campos preservados.

 

Fonte: CEDEFES.