Indígenas que vivem na aldeia Naô Xohã ficaram ilhados depois que o nível do rio Paraopeba subiu e invadiu as casas no local

Foto: Arquivo pessoal
Arquivo pessoalAldeia indígena em São Joaquim de Bicas ficou alagada

Indígenas da etnia Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe contabilizam prejuízos causados pelas chuvas que atingem a região de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estão localizadas duas aldeias: Katurãma e Naô Xohã.

A situação mais grave é a da aldeia Naô Xohã. Localizada às margens do rio Paraopeba, ela ficou debaixo d’água depois que o nível das águas subiu. O Corpo de Bombeiros foi acionado para ajudar a resgatar 45 pessoas que ficaram ilhadas no local.

De acordo com os bombeiros, 27 adultos e 18 crianças ficaram ilhadas dentro da aldeia e precisaram ser socorridas pelos militares.

Na aldeia Katurãma, as águas invadiram as casas. Indígenas relatam que perderam colchões, roupas, roupa de cama e até eletrodomésticos. De acordo com a cacica da aldeia, Angohó Pataxó, as chuvas também afetaram o abastecimento de água. Mais de 30 crianças, entre elas três recém-nascidos, vivem no local.

“A situação é crítica. A gente perdeu roupas de cama, colchões, as lonas ficaram furadas. Estamos sem água também. A situação em Naô Xohã é mais grave. Eles estavam ilhados e chegou ajuda do Corpo de Bombeiros. Eles perderam tudo”, relata. A aldeia Naô Xohã foi afetada pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em janeiro de 2019. As águas do rio Paraopeba, que eram fonte de subsistência da comunidade, foram contaminadas pelos rejeitos de minério.

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