06/11/2025
Fonte:https://www.brasildefato.com.br/podcast/bem-viver/2025/11/04/existem-alternativas-para-o-clima-e-elas-estao-nos-territorios-diz-organizadora-da-cupula-dos-povos/Evento acontece paralelo à COP 30 e deve reunir mais de 10 mil pessoas em Belém

A Cúpula dos Povos se propõe a ser um espaço autônomo de debate, mobilização e denúncia – João Paulo Guimarães/Reprodução
A poucos dias do início da Conferência das Partes (COP) 30, os olhos do Brasil e do mundo se voltam para Belém, no Pará, onde se reunirão chefes de Estado para discutir a situação do clima. Paralelamente, um outro encontro promete reunir entre 10 e 15 mil pessoas, representantes de movimentos sociais, entidades da sociedade civil, ambientalistas e povos tradicionais, entre os dias 12 e 16 de novembro, a Cúpula dos Povos.
Diante da histórica baixa participação de populares e membros de territórios impactados pela emergência climática nas COPs, a cúpula se propõe a ser um espaço autônomo de debate, mobilização e denúncia, como explica Sara Pereira, coordenadora regional do programa da Fase Amazônia.
“É uma perspectiva de construção em paralelo à COP30, mas dialogando com as pautas e com as demandas que serão tratadas pela conferência, no sentido de que as vozes desses povos possam ressoar e pressionar os tomadores de decisões para que as definições da 30ª COP tenham algum poder maior de efetividade, quando a gente compara com as resoluções das últimas COPs”, destaca, em entrevista ao Conversa Bem Viver.
A cúpula terá, além de momento de debates coletivos, uma Marcha Global no dia 15 de novembro. Pereira destaca que a metodologia do encontro será pautada em duas ações principais, a denúncia do atual modelo de exploração capitalista, que tem como consequência a crise climática, e o anúncio de formas alternativas de se lidar com a produção e o meio ambiente.
“Existem, nos diversos territórios, iniciativas de produção e consumo elaboradas e produzidas com uma perspectiva horizontal de circulação da economia, de proteção da natureza e dos modos de vida das populações tradicionais, do saber ancestral e do bem viver desses povos”, apresenta.
Ela explica também que a cúpula surgiu devido a críticas à conferência oficial da ONU, que, segundo ela, além de restringir a participação dos povos dos territórios, aponta para soluções voltadas ao mercado. Ainda assim, a expectativa é de que, acontecendo pela primeira vez na Amazônia brasileira, a COP30 dê um salto de qualidade.
“A COP é a conferência das partes. Mas quem ela entende como parte? Os chefes de governo. Mas a sociedade civil, os povos, as comunidades que sentem diretamente os impactos e danos da crise climática também deveriam ser parte desse processo. Outra crítica é sobre as apostas que a COP faz em soluções que vêm para atender o mercado. ONU, pelo amor de Deus, escute os povos da Amazônia, porque eles têm muito o que dizer”, chama a atenção.
Brasil de Fato – De que maneira o evento que acontece em Belém vai atualizar o legado e toda a trajetória da Cúpula dos Povos?
Sara Pereira – É uma maravilha e é uma satisfação poder trazer um pouquinho dessa nossa construção que é a Cúpula dos Povos em uma COP30. Essa é uma articulação dos movimentos sociais, redes, fóruns, do Brasil, da América Latina e de outras partes do mundo.
É uma perspectiva de construção em paralelo à COP30, mas dialogando com as pautas e com as demandas que serão tratadas pela conferência, no sentido de que as vozes desses povos possam ressoar e pressionar os tomadores de decisões para que as definições da 30ª COP tenham algum poder maior de efetividade, quando a gente compara com as resoluções das últimas COPs.
Obviamente, também tem todo esse simbolismo, essa força de ser uma COP no Brasil e na Amazônia, o que traz ainda uma nuance ainda mais forte. Então, essa diversidade e essa pluralidade dos movimentos sociais que integram a cúpula vai ser uma grande potência. Já está sendo, na verdade.
É interessante pensarmos que a Cúpula dos Povos não é um CNPJ ou uma organização. A cúpula é justamente essa convergência da sociedade civil global que atua na pauta climática a partir do viés da justiça climática. Esse é um diferencial importante da cúpula. É uma oportunidade de seguir lutando por direitos, lutando por igualdade, e também amplificando as denúncias em relação ao sistema capitalista, às opressões e violações de direitos que ocorrem mundo afora e que são os grandes causadores da crise climática.
Estamos hoje já em uma emergência climática, por conta do aquecimento do planeta que está em ritmo galopante, justamente em consequência do sistema capitalista, com esse modo de produção e consumo extremamente predador, onde não só a natureza é expropriada, mas também as relações de trabalho, as relações de consumo.
Todas essas formas de exploração resultam em várias consequências e uma delas são as mudanças climáticas. Essas mudanças não são naturais e nem são obra do acaso. Elas são produzidas por esse sistema de produção e consumo vigente no capitalismo.
Quando a gente pensa na cúpula de 2025, pensamos em uma metodologia de denúncia e também de anúncios. Da denúncia, no sentido de ser contundente em relação a denunciar esse sistema opressor, violador, e, inclusive, a própria captura dessa estrutura formal da COP pelo mercado. As soluções que a COP tem produzido e tem anunciado nas últimas edições são soluções que respondem muito mais aos interesses do mercado do que à diminuição do aquecimento do planeta.
Essas denúncias serão contundentes. Mas também há uma outra perspectiva, que é a dos anúncios. Anunciar que as saídas e as soluções só podem vir dos territórios, só podem vir dos povos. Por isso, a Cúpula dos Povos tem esse contorno. A gente traz a questão da denúncia, que é alarmante e crítica, mas não caímos na cilada do desespero e da desesperança.
Apontamos soluções que são possíveis. Um outro mundo é possível. Esse mundo é possível e também é real. Ele já existe, é necessário e real. Existem, nos diversos territórios, iniciativas de produção e consumo elaboradas e produzidas com uma perspectiva horizontal de circulação da economia, de proteção da natureza e dos modos de vida das populações tradicionais, do saber ancestral e do bem viver desses povos.
Essas dinâmicas produtivas e econômicas são possíveis, são reais e existem. Agora, não dá para encontrarmos solução olhando pelo prisma do capitalismo, para soluções megalomaníacas que estão focadas na garantia do lucro e não na proteção da vida.
Quando eu falo da vida, não é só a vida do planeta, mas também a vida das pessoas, a vida, sobretudo, das populações que estão em territórios mais vulnerabilizados e que são as primeiras a sentir os efeitos da crise climática.
Um dos processos mais bonitos que estamos construindo é o processo da garantia da alimentação que vai ser servida na cúpula. A alimentação não está sendo pensada apenas na perspectiva da garantia de alimento para as pessoas, mas também como uma questão política importante e decisiva para essa mudança de chave. Vamos discutir as políticas públicas, os fomentos governamentais necessários, a valorização da comida produzida sem veneno, etc.
Então, toda a comida que será servida na cúpula vem da agroecologia, vem dos territórios, é produzida organicamente e trazida a partir da política pública do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Conseguimos, em articulação com o governo brasileiro, instituir um PAA específico para a Cúpula dos Povos.
Quando você alinha política pública com iniciativas dos territórios, fortalecendo essas iniciativas, não poderia dar outro resultado que não um resultado positivo. O sistema de alimentação da cúpula é um dos elementos que provam que outro mundo é possível.
A Cúpula dos Povos demonstrou recentemente preocupação com uma eventual presença do exército na cidade. Quais são as preocupações e expectativas em relação à segurança da manifestação popular?
Essa é uma questão importante, porque, inclusive, essa COP gerou uma grande expectativa, ao ser anunciado que seria realizada no Brasil. Primeiro porque, nas últimas edições, foi realizado em países não democráticos, onde a participação popular era fortemente sancionada.
Quando vem para o Brasil, além de o Brasil ter um histórico de democracia, tem um histórico de engajamento da sociedade civil. Na Amazônia, isso ganha um contorno ainda mais especial. Então, gerou uma grande expectativa no mundo.
A cúpula não nasce nessa COP, mas vem como um processo de luta dos movimentos sociais, da sociedade civil, por justiça climática. Muitas pessoas estarão em Belém. A nossa expectativa é de que tenhamos entre 10 e 15 mil pessoas participando da Cúpula dos Povos.
Um dos nossos pontos altos da programação é a Marcha Global, que está programada para o dia 15 de novembro. Ficamos com uma grande preocupação quando foi anunciado que seria decretada GLO. Isso para nós, inclusive, é incompreensível. Como pode, no Brasil, um país democrático, com um governo democrático, adotar esse tipo de medida?
Sabemos que a COP é uma realização da ONU e o próprio território físico onde as estruturas da COP estão instaladas passa a ser território da ONU. Então, tem realmente uma outra gerência. Mas, quando você vê o governo brasileiro dizendo “nós vamos instituir a GLO para garantir a lei e a ordem”, nos preocupa muito, considerando os nossos direitos de liberdade de manifestação e os direitos humanos.
Tem uma grande preocupação em relação a isso. Mas nós temos também uma construção popular sobre a questão da segurança. Temos um grupo de trabalho que está dialogando com as forças de segurança estatais. Estamos em constante diálogo para tentar ver a melhor forma, mas, independente disso, nós vamos para a rua. Estamos construindo a cúpula para botar as vozes na rua e nós vamos. Não vai ser essa medida que vai amedrontar ou limitar o povo de ir para a rua.
Eu acho que essa COP vai ser um grande palco das lutas sociais, não só do Brasil, mas do mundo. É uma grande possibilidade de fortalecer as alianças em uma luta realmente internacionalista, unindo os vários continentes. Belém vai ser o palco disso. As ruas de Belém vão estar tomadas. Nós acabamos de sair do Círio de Nazaré e vamos ter mais um, com a marcha global pelo clima e por justiça climática, no dia 15 de novembro.
A Cúpula dos Povos nasce como um contraponto direto à COP. Quais são as principais críticas que a cúpula faz às conferências oficiais do clima?
Temos várias críticas. Uma delas é a própria arquitetura excludente da COP, que, por ser uma estrutura oficial da ONU, é a conferência das partes. Mas quem ela entende como parte? Os chefes de governo, os governos. Então, quem está na mesa de negociação são os embaixadores, os chanceleres, os ministros, toda essa staff dos governos. Mas a sociedade civil, os povos, as comunidades que sentem diretamente os impactos e danos da crise climática também deveriam ser parte desse processo.
Mas essas partes importantíssimas são escanteadas, negligenciadas, não são chamadas para a mesa. Essa é uma das nossas primeiras críticas, o fato de que a sociedade civil não é considerada parte de um problema que é crucial, que afeta a todo mundo.
Inclusive, não afeta todo mundo igualmente. As pessoas que estão nos territórios, os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, as mulheres, as mulheres negras que estão nas periferias da cidade, etc, sentem primeiro as consequências da crise. Portanto, essas pessoas têm muita contribuição a dar sobre que medidas e soluções poderiam ser adotadas, mas isso não é considerado.
É óbvio que isso não é considerado não porque esqueceram de nós. Tem uma objetividade em relação a isso. É uma estrutura, uma arquitetura, pensada para um grupo que não somos nós.
A segunda crítica é sobre as apostas que a COP faz em soluções que vêm para atender o mercado. Entre elas, a aposta fundamental no mercado do crédito de carbono como uma grande solução, mas que, na verdade, é uma falsa solução, porque não ataca a raiz do problema. Ao contrário, falseia, maquia uma solução que nunca vai vir.
Uma empresa dos Estados Unidos, ou de qualquer outro país do Norte Global, que seja uma grande economia que produz muito gás de efeito estufa não deixa de poluir. Ela não diminui a sua emissão. Ela simplesmente compensa pagando para quem está protegendo a floresta. Ou seja, é uma conta que não fecha, porque não há uma redução das emissões. Há uma ilusão de que está contribuindo, mas, na verdade, não há uma redução de emissões.
Eu sou ribeirinha de origem, sou amazônida, e trabalho com populações tradicionais, com povos tradicionais. E, essa solução dos créditos de carbono, para nós que somos da Amazônia, tem se configurado como um novo processo de cercamento dos territórios. Só que agora é uma cerca que não é física, é uma cerca que engessa os territórios, impossibilitando ou diminuindo a capacidade desse território de manejar a terra, de produzir, de reproduzir o seu modo de vida com as suas formas ancestrais.
Isso prejudica não só as gerações presentes, mas também as futuras, porque as crianças que estão nesses territórios não vão mais ser ensinadas e nem aprender como lidar com esses meios produtivos, que ancestralmente se fazia e que garantiu esse equilíbrio do planeta.
Nós estamos no principal bioma que contribui para o equilíbrio ambiental do planeta. Isso não é à toa, isso não é por acaso, é porque os povos que estão nesses territórios têm um modo de viver, de produzir, de ser, de estar no mundo que contribui para isso.
A solução nunca será pelo mercado. Não é o mercado que vai garantir a solução para a crise climática. É preciso ouvir quem está nos territórios. E essa COP tem uma grande oportunidade, porque não é possível que vai ser realizada na Amazônia só porque é bonito, porque é exótico, porque a ONU queria. Já que essa COP será realizada na Amazônia, ONU, pelo amor de Deus, escute os povos da Amazônia, porque eles têm muito o que dizer.
Qual papel o Brasil pode e deve desempenhar para liderar uma agenda mais ambiciosa e justa de enfrentamento à crise climática?
Tínhamos muita expectativa de que, com o fato de ser realizada aqui, o Brasil assumisse esse protagonismo. No governo anterior, passamos um caos em relação à questão ambiental e à questão social como um todo.
Então, quando a gente retoma o governo para o campo democrático, com o presidente Lula, passamos a ter uma grande expectativa de que iríamos não só correr atrás do prejuízo do que foi destruído no governo anterior, mas ser ousados e realmente apostar no caminho da liderança climática no aspecto da governança global.
Então, quando a COP é anunciada para Belém, a gente tem essa grande expectativa. No entanto, essas expectativas têm sido frustradas com as decisões do governo brasileiro. A gente não se deixa levar pela desesperança, pelo desespero. Mas não é que a gente não enxergue a realidade dos fatos. É porque não temos outro caminho que não seja esse.
Mas é preciso enxergar que estamos vivendo desafios muito grandes, não só em relação ao Brasil, mas na política global. Temos países decisivos, como os Estados Unidos, que saíram do Acordo de Paris, que não se comprometem com nenhuma meta climática, que não investem no financiamento climático para os países do Sul Global. Há vários países nessa situação e não é um caso isolado.
Ao mesmo tempo, o Brasil também está imerso nisso, quando, por exemplo, o governo brasileiro aposta na exploração de petróleo na Foz do Amazonas, o que é incompreensível nas vésperas da COP. Isso nos deixa bastante tristes. Gostaríamos muito que o governo brasileiro chegasse na COP dizendo: “estamos fazendo um processo gradual para uma economia livre de petróleo, de produção de gás”.
Obviamente, isso não poderia ser feito da noite para o dia, mas poderíamos escalonar um processo para que daqui a não sei quantos anos a gente chegue nisso. Mas a gente não vê nem isso. A gente não vê uma proposta mais ousada em relação a isso. Então, frustra sim a nossa expectativa, em relação a essa liderança do Brasil.
Por isso, jogamos a nossa força na cúpula, porque mais uma vez confirmamos o que já vínhamos dizendo, que a solução só pode vir dos territórios, inclusive para pressionar o governo brasileiro.
Acho que essa pressão dos movimentos sociais, dos diversos territórios do Brasil, tem que ser muito forte, para que o próprio Brasil sinta o que a sua sociedade deseja, quando falamos de governança climática.
Chegamos nessa COP nessa situação, mas não podemos perder as esperanças, porque nada que conquistamos até hoje foi porque alguém entendeu que podia nos dar, mas foi à base de muita luta, de muita mobilização, e creio que seguimos nesse caminho com a Cúpula dos Povos.
A cúpula acontece entre 12 e 16 de novembro. Quais são as atividades previstas? Como os movimentos vão atuar durante a cúpula e realizar essa pressão?
A cúpula vai ser do dia 12 ao dia 16. E, já no dia 12, começamos com uma barqueata. A marcha de abertura vai ser pelos rios, pelas águas da Amazônia, não só porque isso é simbólico, mas também por conta dos modos de vida.
Queremos começar com uma mensagem muito forte sobre o que é a defesa dos territórios, dos maritórios, para os povos do mundo inteiro. Também teremos abertura oficial, com um grande ato na Universidade Federal do Pará (UFPA).
A UFPA será o território da Cúpula dos Povos e teremos dois dias de debates, em uma metodologia que a gente está chamando de atividades enlaçadas. A gente não vai realizar atividades autogestionadas, como estávamos acostumados a ver no Fórum Social Pan-Amazônico Mundial, por exemplo.
Vamos realizar atividades enlaçadas, que são atividades nas quais os movimentos e as organizações podem identificar pautas, agendas comuns e construir essas atividades conjuntamente. Porque, mais do que realizar isso na cúpula, nos interessa o pós-cúpula. Como nós vamos seguir enlaçados, enquanto sociedade civil global, nessa luta por justiça climática?
Justiça climática não é somente debater clima, mas é aproveitar o debate do clima para discutir justiça social, regulação fundiária, demarcação de terras indígenas e os direitos básicos. É lutar contra a violência contra as mulheres, por exemplo. Não dá para falar de justiça climática com violência contra as mulheres. Faremos esse debate nos dias 13 e 14.
No dia 15, será a marcha global. Todas as nossas energias vão estar centradas nisso. E, no dia 16, será o encerramento, com a leitura da carta política da Cúpula dos Povos, que vem sendo construída ao longo desse processo com as atividades de territorialização. Estamos fazendo diversas ações em diversos territórios do Brasil e do mundo.
Isso também está sendo muito bonito e eu tenho dito que um legado dessa COP ser no Brasil nós já conseguimos: fazer a população discutir sobre clima, discutir sobre questão ambiental. Antes, esse era um debate de ambientalistas, de especialistas, e, com a Cúpula dos Povos, assumimos o desafio de desmistificar isso e trazer para uma linguagem com a qual o povo entenda que essa discussão tem tudo a ver com a comida no prato, com o transporte, com a saúde, com a educação.
Ou seja, é um assunto da vida concreta das pessoas. Isso se espraiou de uma maneira que tem pré-cúpula por todo canto. Esse já é um grande legado. A carta está sendo construída nesse processo. Está sendo feito um convite para o governo brasileiro, para o presidente Lula, para ouvir a leitura da carta. Estamos na torcida para que ele confirme que vai, mas o presidente da COP já confirmou que irá.
Há também uma expectativa de que essa carta seja entregue para o governo brasileiro e para o presidente da COP, para que isso chegue a tempo de ressoar nas decisões da COP, que vão se encerrar no dia 21 de novembro.