Cadernos foram produzidos por professores que atuam nas escolas estaduais Maxakali, onde a Língua Portuguesa é considerada como língua estrangeira

A partir do próximo ano, os estudantes das escolas estaduais Maxakali terão em mãos novas cartilhas de alfabetização na Língua Maxakali. O material foi produzido por professores que atuam nas escolas Maxakali, em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE).

“De acordo com a revisão curricular que o povo Maxakali fez, eles não aprendem mais o português nos anos inicias, apenas nos anos finais do Ensino Fundamental, como língua estrangeira. A priorização deles é a alfabetização no idioma materno”, destaca Carla Paiva, servidora da Secretaria de Estado de Educação (SEE) que acompanha o povo Maxakali.

Ilustrações foram feitas pelos estudantes. Foto: Divulgação SEE

Ilustrações foram feitas pelos estudantes. Foto: Divulgação SEE

As novas cartilhas tiveram como base materiais antigos utilizados pelas escolas Maxakali. A partir deles foi feita uma revisão e criadas cartilhas totalmente novas. “A Secretaria vem atendendo a demanda das comunidades indígenas. Os Maxakali reformularam toda matriz curricular e esse material vem para atender a essa nova configuração curricular”conta Carla
As cartilhas devem ser entregues no mês de dezembro. Além de receber o material, que deverá ser distribuído a todos os estudantes, os educadores deverão participar de uma capacitação.

A rede estadual de ensino conta com três escolas sede Maxakali distribuídas pelos municípios de Ladainha, Santa Helena de Minas, Bertópolis e Topázio (anexo da escola de Ladainha). Essas escolas atendem juntas cerca de 500 estudantes.

Magistério indígena

Por meio de uma parceira entre a Secretaria de Estado de Educação e a UNESCO, consultores estão atuando nas comunidades Maxakalis e fazendo um diagnóstico com foco na construção do magistério Maxakali, o que deverá contribuir para ampliação do atendimento nas aldeias. “O nosso desejo é que, no próximo ano, possamos ampliar o atendimento nas aldeias e implantar os anos finais do Ensino Fundamental. Por isso, a criação do Magistério Maxacali é importante”, conclui Carla.

Educação Indígena na rede estadual 

Em Minas Gerais, há na rede estadual 19 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a escolas não indígenas. O atendimento escolar indígena é feito em 64 endereços, localizados em sete Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Nestas escolas, são atendidos cerca de 4.600 estudantes.

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