O acampamento Gabriel Pimenta se encontra na fazenda São José no município de Coronel Pacheco e conta com 310 famílias. A ocupação da fazenda São José aconteceu no dia 4 de junho de 2017 e desde então as famílias construíram nas terras improdutivas uma escola, uma padaria, uma ciranda e estão produzindo hortaliças, feijão, abóbora, milho e doces.

Na escola do acampamento, um braço da escola estadual Maria Ilydia Resende de Andrade, funcionam três turmas de EJA: uma do primeiro ao quinto ano, uma do sexto ao nono ano e uma de ensino médio, com cerca de 50 educandos e educandas.

Mais de 50 crianças moram no acampamento. As crianças em idade escolar frequentam a escola municipal em Coronel Pacheco. Cerca de 60 pessoas idosas moram também no acampamento, assim como duas pessoas com necessidades especiais.

O juiz da vara agrária estadual se recusou a ouvir as famílias acampadas durante o processo e também não veio ao acampamento, concedendo a liminar de reintegração de posse sem qualquer diálogo com as famílias.

O comando da polícia militar decidiu realizar o despejo no próximo dia 28. Não houve diálogo com as famílias acampadas e a polícia simplesmente desconsiderou que as crianças precisam terminar o ano letivo, assim como os jovens e adultos que estudam na escola do acampamento. A polícia também não levou em consideração que a maior parte das famílias não têm para onde ir.

A crise está afetando a população pobre profundamente e muitas pessoas acampadas estão desempregadas. Estas famílias não teriam como sobreviver fora do acampamento, pois não têm condições de pagar aluguel, água, luz e comida.

Devido a esses motivos as famílias decidiram que vão resistir ao despejo e responsabilizam o estado caso haja qualquer tipo de violência contra as famílias acampadas.

Coronel Pacheco, 16 de novembro de 2017.

Coordenação Regional do MST

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