E se a direita vencer todos os pleitos eleitorais de 2018? E se ela conseguisse colocar Lula na cadeia e criminalizasse o PT e todos os partidos de esquerda? Não é esse o sonho do mercado e da elite tupiniquim?

Pois então, façamos um pequeno passeio pelo sonho do mercado e das elites que comandam hoje o país e vejamos o que ele teria para oferecer ao povo brasileiro…

Em primeiro lugar, teríamos uma radical reforma previdenciária para “modernizar” o país. Afinal, o que são – para a direita – aqueles que não conseguem os benefícios da aposentadoria privada? São vagabundos que não tiveram o mérito de poupar dinheiro ou ex-parasitas oriundos do funcionalismo público e que mamavam nas tetas do Estado…


Os direitos trabalhistas virariam uma miragem e apenas a livre negociação reinaria. “Nada mais justo”, pensariam os liberais seguidores de Dória e companhia. Sindicatos, considerados um insulto ao espírito empreendedor, morreriam de inanição.

E assim iniciaríamos o país onde os justos patrões dão o justo salário aos bons trabalhadores.

Serviço público? Para que e para quem? Para que ter saúde pública se a privada é melhor? Teríamos o fim da “injustiça” de se cobrar impostos daqueles que cuidam de sua saúde em benefício dos ignóbeis que se estropiam devido aos vícios e maus hábitos…

E a mesma lógica seria aplicada para a educação, para o transporte e para qualquer outra coisa que hoje é pública e que a direita deseja colocar nas mãos do mercado privado…

Aqueles que querem estudar, que paguem. Aqueles que querem mais conforto, que poupe dinheiro para comprar um carro. E aqueles que não tem dinheiro, que trabalhem mais!

Afinal, para a elite o pobre só é pobre porque é pobre de espírito. É porco, é vagabundo, é sujo, é irresponsável, é ignorante, é devasso, é bebum… Sua família é um bando… uma verdadeira “ninhada” fruto da irresponsabilidade sexual de pais e mães que se reproduzem como os bichos…

Se a direita ganhasse, teríamos finalmente um país sem aquilo que a elite mais detesta nesse mundo – o povo brasileiro.

Que se encerrem as cotas que beneficiam apenas a escória! Que se acabe com a bolsa família que estimula a vagabundagem! E o que é esse programa “Minha Casa, Minha Vida”  senão um grande cortiço, dado praticamente de graça, para essa gente feia e pequena?

O Brasil seria finalmente uma “casa limpa e arrumada”. A ordem e a moral acabariam com a “devassidão esquerdista”. “Castração química para homossexuais!” “Censura para tudo o que é indecente!” “Paulada nos insatisfeitos!” “Fogueira para os criminosos!”

Pois é… a direita é sobretudo o ódio que se alimenta de seu próprio ódio…

E de onde vem tanto ódio?

Vem de longe… Vejamos…

Caso singular na História, a elite brasileira é a única que se envergonha de seu país e tem ódio do seu próprio povo.

Sempre foi assim…

Até o século XVIII, as elites se envergonhavam de sua origem negra e indígena. Seu sonho era voltar para Portugal… Mas em Portugal eram consideradas mestiças e desterradas… em Lisboa eram vistas como “dejetos endinheirados”…

E por isso eram cuspidas de volta para o Brasil…

Aqui possuíam suas terras e tiravam sua renda. Para além disso, aqui podiam expurgar sua frustração de serem rejeitadas na metrópole… Tinham a mão pesada com os negros e os índios. E dessa violência uma multidão de mulheres negras e indígenas pariu uma nação de filhos bastardos, indesejados e desvalidos.

Por isso, a negação da brasilidade das elites é mais que um gesto de anti-patriotismo, é uma negação de paternidade… Uma tentativa de se eximir das responsabilidades dos filhos que elas mesmos geraram, fora do casamento, “na cozinha”, “no mato”, “no cabaré”, quase sempre pelo uso da força…

No século XIX, a elite brasileira quis se tornar francesa… E isso durou até o início da República… Trazia pesados casacos do rigoroso inverno europeu para exibí-los no verão carioca…

E ainda naquele século, promoveram a primeira grande tentativa de exterminar com a nossa brasilidade, dando generosos incentivos para os europeus trabalharem e conseguirem terras no país.

A nossa grande onda imigratória foi o reverso daquela ocorrida nos EUA. Ali os imigrantes receberam cidadania com a contrapartida de lutarem contra a escravidão e pela unificação de um país dividido pela guerra civil.

Aqui os imigrantes receberam a cidadania para consolidar a exclusão social da maioria dos trabalhadores brasileiros (ex- escravos negros) e dividir o país entre os “civilizados” europeus e os “incorrigíveis” brasileiros…

E por fim chegamos nos dias atuais quando a nossa elite brasileira sonha em virar norte-americana… Continua se rebaixando a um país estrangeiro em detrimento do seu próprio país, como sempre fez…

Não se importa em ficar – feito gado – horas a fio numa imensa fila para tirar um “visto” de turista para visitar a Disneylândia… E já no aeroporto descobre que não é bem vinda… pois é latina americana…

Novamente ela é cuspida de volta para o Brasil… E aos prantos se despede do Mickey e do Pateta… Entra raivosa na nossa pátria, lamentando ser brasileira…

Ela sempre quis ser de outro país, mas nunca se esforçou em criar um país melhor…

Pois a rigor, nossa elite nunca teve um plano de governo, um plano de país…  apenas se limitou a ter um plano para a sua família. E o plano sempre foi deixar o país…

Na impossibilidade de deixá-lo, quer vendê-lo barato para os estrangeiros (preferencialmente os norte-americanos). Talvez tenha a ilusão burlesca de que possa vir a ganhar a cidadania americana, se leiloar todas as nossas riquezas…

E essa elite se representa por uma direita que quer exterminar – com todas as forças – um povo que, de secular tradição, ela sempre detestou.

Por isso a vitória da direita é a derrota do povo brasileiro. Por isso o nosso judiciário precisa tratar as lideranças da esquerda como bandidos… Como gente imprestável… Uma gente que ousou um dia tentar vangloriar o Brasil com o slogan, “Sou brasileiro, não desisto nunca!”.

Sim. O Brasil viveu uma época singular em que o povo tentou se olhar com um pouco mais de dignidade e amor próprio. E essa felicidade tinha que ser violentada por uma elite que quer provar que somos os piores em tudo. Que precisa mostrar a todos nós que não há no mundo um povo tão corrupto e imprestável.

Obviamente que o ódio é semeado também para que a miséria imposta ao povo seja considerada justa. O sistema político e o poder judiciário estão nas mãos da direita para criar um verdadeiro estado de terra arrasada. Querem matar qualquer esperança de cada brasileiro de um dia viver em um país melhor, pois isso é inconcebível para a elite brasileira.

E qual seria o fim disso? Simples: o fim do próprio Brasil. A vitória da direita é, em síntese, a decretação de nossa fragmentação territorial, a total perda de nossa soberania e a instauração da barbárie a níveis estratosféricos.

Ela vence, o país acaba.

Por isso é importante alertar que uma batalha decisiva está por vir em 2018. Com Lula ou sem Lula, é preciso defender – nas urnas e nas ruas – o Brasil do perigo de seu próprio extermínio.

A direita tem apenas o ódio. Mas o ódio ganha votos até certo ponto. Pois o povo não consegue compartilhar um ódio tão grande, com raízes tão profundas e contra ele próprio…

Por isso, com medo de que o povo a rejeite novamente nas urnas, a direita quer liquidar com a democracia e com o presidencialismo no Brasil antes de 2018…

Saber o que está em jogo é a condição fundamental para vencê-lo. E cabe a cada um de nós, que estamos do lado do Brasil, lutarmos contra as hordas da direita, financiada por uma elite que odeia o nosso país, mais do que qualquer estrangeiro.

Não podemos duvidar, enfim, que a solução para o Brasil está e surgirá das mãos do seu próprio povo. Por mais que o concreto de ódio das elites tente sufocar toda uma nação, sempre teremos a força para vencê-lo.

Como já disse um dia nosso maior poeta, “Mas eis que o labirinto – razão e mistério – presto se desata: Em verde, sozinha, anti-euclidiana, uma orquídea forma-se.” E ela nasce… vencendo o ódio, o medo e o concreto…

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